Oposição aposta em prisão de João Santana para voltar ao impeachment

 

João Santana é o novo alvo da Operação Lava Jato - Foto: Agência Brasil
João Santana é o novo alvo da Operação Lava Jato – Foto: Agência Brasil

O pedido de prisão do marqueteiro João Santana, que participou das campanhas presidenciais vitoriosas de Luiz Inácio Lula da Silva (2006), Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Fernando Haddad (2012), é encarado pela oposição como uma nova oportunidade para convencer a população e pressionar o Congresso a apoiar o impeachment da presidenta.

Oposicionistas pretendem utilizar os dados recolhidos pela 23ª fase da Operação Lava Jato nos processos que pedem a cassação da petista por “abuso de poder econômico” em análise no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Muitos, no entanto, acreditam que o simbolismo das denúncias contra João Santana pode dar munição para que a já frágil base de sustentação do governo no Congresso debande de vez e aprove o impeachment, um caminho mais curto para tirar Dilma do poder.

O deputado federal Carlos Sampaio (PSDB-SP) deu o tom: “Agora se explica a origem do ‘eu não sabia’ de Lula e Dilma: foi orientação do marqueteiro, que também não sabia de nada”.

Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, são acusados de controlarem a offshore Shellbill Finance S.A, aberta no Panamá. O juiz do caso, Sérgio Moro, suspeita que a empresa teria sido usada para receber US$ 7,5 milhões em pagamentos de propina  da empreiteira Odebrecht, dinheiro supostamente utilizado para pagar a dupla pelos serviços prestados em campanhas eleitorais do PT.

Santana, que ontem comunicou sua volta ao Brasil da República Dominicana, onde trabalhava em uma campanha eleitoral, disse que as acusações são “infundadas” e que a citação faz parte de um “clima de perseguição” no Brasil, em referência velada à investida da oposição para derrubar Dilma e inviabilizar a eleição de Lula em 2018.

De acordo com os advogados do marketeiro, o dinheiro recebido por ele no exterior não tem qualquer relação com campanhas eleitorais no Brasil, mas com trabalhos executados fora País.

O publicitárioe a mulher chegaram ao Brasil às 10h desta terça-feira (23). O desembarque ocorreu no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Do terminal, o casal embarcou em outro avião para a sede da Polícia Federal em Curitiba, no Paraná.


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