A primeira peça do xadrez governamental que está sendo mexida pelo Palácio do Planalto para enfrentar a crise politico econômica foi decidida na noite de ontem, durante reunião no Palácio da Alvorada, e sacramentada no final da manhã de hoje: o ex-presidente Luiz Inacio Lula da Silva será o poderoso ministro-chefe da Casa Civil, segundo gabinete mais poderoso do Planalto. Lula preferia ser ministro da Secretaria de Governo, mas acabou convencido pelo seu grande amigo Jaques Wagner, que ocupava o cargo e abriu mão da função, de que essa seria a melhor opção.
Para a presidenta Dilma Rousseff, a oferta de Jaques, um dos cinco participantes do jantar de ontem no Alvorada — além de Dilma e Lula, estavam presentes Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e Giles Azevedo, braço direito de Dilma –, acabou atendendo a seu desejo de ver Lula na Casa Civil. Também deu a partida para uma minirreforma do governo, em discussão no Alvorada, em reunião que começou cedo pela manha de hoje e não tem hora de acabar.
Outra mudança já definida é a ida de Jaques Wagner para a Chefia de Gabinete, reforçando o chamado núcleo duro do Palácio. O ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, poderá ser remanejado de posto e segue a especulação sobre a permanência de Aloysio Mercadante na pasta da Educação. Mercadante é considerado um dos ministro mais próximos a Dilma e um dos motivos que sua permanência no cargo, mesmo depois da confusão criada pelas gravações feitas de uma conversa sua com um assessor do senador Delcidio do Amaral, é que sua demissão seria quase o equivalente a uma confissão de culpa, coisa que o Palácio não admite. Além disso, se deixar de ser ministro Mercante perderia o foro privilegiado do STF.
Terminada a reunião, por volta do meio dia e pouco, Jaques Wagner, aniversariante do dia, pegou um jatinho e foi comemorar com a família em Salvador.
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