Nada menos do que 140 nomeações políticas para cargos no governo foram feitas em 24 horas afim de conter a insurgência de aliados, que pressionam o Planalto depois da aprovação no Senado da Lei das Estatais, que dificulta a nomeação de políticos para cargos em empresas públicas.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, Temer já se arrependeu da nova lei por considerá-la restritiva demais. Um ministro chamou de “ilógico” o dispositivo que proíbe a condução de dirigentes partidários a postos em estatais. “Do jeito que está, Michel, que pode ser presidente da República, não poderia ser diretor da Eletrobras”, afirmou em condição de anonimato.
O jeito é fazer nomeações no governo, consideradas insuficientes. Para um deputado, “a situação está chegando ao limite” no Congresso. “Qualquer hora ele [Temer] toma uma invertida no plenário.”
Lei das Estatais
Comemorada pelo governo interino como uma vitória contra a corrupção, a nova Lei das Estatais teria efeito praticamente nulo sobre os escândalos na Petrobras investigados pela Operação Lava Jato. Dirigentes da petrolífera com papeis centrais no esquema eram funcionários de carreira.
Muitos desses nomes com perfil técnico estavam na estatal há décadas e não tinham qualquer filiação partidária. É o caso do ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, do ex-diretor de Serviços Renato Duque e dos ex-diretores da Área Internacional Nester Cerveró e Jorge Zelada.
Duque é formado engenheiro eletricista pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também fez MBA. Foi denunciado oito vezes por suspeita de crimes relacionados à Lava Jato e foi condenado a 20 anos de prisão.
Paulo Roberto Costa entrou na estatal em 1977 depois de se formar em engenharia mecânica pela Universidade Federal do Paraná. Chegou à Gaspetro em 1997 sob Fernando Henrique Cardoso. Acabou condenado a 39 anos e 5 meses de cadeia.
Já Zelada, engenheiro elétrico pela UFRJ, trabalhava na estatal em um emprego concursado desde 1980. Pegou 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Cerveró, na estatal desde 1975, prometeu devolver aos cofres públicos R$ 18 milhões.
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