A extradição de Henrique Pizzolato para o Brasil foi suspensa novamente pelo Conselho de Estado da Itália depois de a defesa do petista ter ingressado com recurso nesta sexta-feira (12). As informações são do Jornal Folha de S.Paulo.
A volta de Pizzolato estava prevista para a próxima segunda-feira (15) e a decisão “causou surpresa e revolta entre diplomatas brasileiros em Roma que haviam discutido os detalhes da extradição do petista com autoridades dos ministérios do Interior e da Justiça italianos”. Um deles teria afirmado que o governo do primeiro-ministro “Matteo Renzi havia emitido sinais de que não haveria entraves no Conselho de Estado, a instância administrativa que julga a legalidade dos atos de governo”.
Ainda segundo a reportagem, três agentes e um delegado da policia federal já se encontravam no aeroporto de Brasília para embarcar para a Itália, quando foram informados que a operação fora abortada.
O Conselho do Estado é formado por parlamentares e juristas que compõem o Tribunal Administrativa da Itália, última instância da Justiça administrativa o país. Como o próprio nome diz, ela é administrativa, não penal, e é bastante utilizado na Itália para contestar decisões judiciais ou institucionais.
O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e peculato.
De acordo com a sentença do Supremo Tribunal Federal (STF), ele autorizou a transferência de R$ 73 milhões do fundo Visanet (administrado pelo Banco do Brasil) para as agências de publicidade de Marcos Valério, operador do esquema de pagamentos ilegais a parlamentares da base aliada do ex-presidente Lula.
Após sua condenação, Pizzolato fugiu para a Itália com um passaporte falso em nome de um irmão morto. Contudo, em fevereiro de 2014, ele foi capturado pela polícia local em Maranello, dando início ao seu processo de extradição. Sua defesa alega que os presídios do Brasil não oferecem garantia de segurança para seus detentos, por isso ele não deve ser devolvido ao país.
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