A presidente da Petrobras, Maria Graça Foster, não é mais presidente da estatal. Na manhã desta quarta-feira (4), a empresa publicou um comunicado em que afirma que ela e outros cinco diretores renunciaram aos cargos e que outros executivos serão escolhidos em eleições na sexta-feira (6). O anúncio acontece um dia depois de o jornal Folha de S. Paulo publicar que a presidenta Dilma Rousseff havia se convencido de que a posição da amiga na empresa era insustentável.
Dilma se reuniu com Graça Foster no Palácio do Planalto na tarde de terça-feira (3), dia em que imaginou-se que ela sairia do cargo. A decisão acontece uma semana após a divulgação de que a Petrobras deveria baixar seus ativos em R$ 88 bilhões devido a desvios e irregularidades.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações ON da Petrobras subiam 6,44% cotadas a R$ 10,42 e as preferenciais avançavam 6,20%, para R$ 10,02 às 10h40 da manhã desta quarta-feira. Na terça, as ações já haviam subido 15,47% com os rumores da demissão.
Deflagrada no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, descobriu esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos, que teriam movimentado cerca de R$ 10 bilhões. O esquema, intermediado pelo doleiro Alberto Youssef, envolvia o pagamento de propina a políticos e funcionários da Petrobras.
Em um de seus depoimentos, Youssef explicou que as empresas combinavam quem ganharia a licitação e que a vencedora pagava 1% do valor total da obra contratada. Segundo o doleiro, ele, o ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Costa, e os agentes políticos, cujos nomes não revelou, recebiam percentuais a título de comissão.
Engenheira química formada pela Universidade Federal Fluminense (UFF), em 1978, e mestre em Engenharia de Fluídos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maria Graça Foster, de 61 anos, entrou na estatal aos 24 anos, como estagiária. Ela foi eleita presidente da companhia em fevereiro de 2012, ano em que também foi escolhida a quarta mulher mais poderosa do mundo dos negócios pela revista norte-americana Fortune. No ano seguinte, em 2013, seria eleita pela Forbes a 18ª mulher mais poderosa do planeta.
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