A Polícia Federal vai assumir parte das investigações sobre a máfia da merenda em São Paulo, que atuou durante o governo de Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo o Ministério Público do Estado de São Paulo, existem indícios de que as fraudes podem ter atingido contratos no valor de R$ 38,9 milhões.
O promotor Herbert Vítor Oliveira, do Ministério Público Estadual, disse ao jornal Folha de S.Paulo que a apuração será transferida porque detectou-se que 92,72% dos recursos usados nos contratos suspeitos envolvendo as prefeituras paulistas e a cooperativa Coaf foram pagos com verbas federais: “Dos R$ 38,9 milhões, mais de R$ 36 milhões pagos à Coaf foram de origem federal”. Segundo ele, “todos os projetos de venda estão fraudados, pois usavam nomes de agricultores familiares de forma irregular”.
A Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), com sede em Bebedouro (SP), é vista como responsável pelo esquema, que teria políticos como beneficiários. As propinas, segundo Romanelli, iam de 3% a 20% dos valores dos contratos. Na segunda fase da Operação Alba Branca, deflagrada em março, oito pessoas foram presas, entre elas o ex-presidente da Assembleia Legislativa Leonel Julio e seu filho Marcel Ferreira Julio.
Marcel é acusado de se o elo entre a Coaf e os servidores públicos e políticos. Ele fechou acordo de delação premiada no qual afirmou que o presidente da Assembleia, Fernando Capez, do PSDB, era um dos principais beneficiários da propina. O deputado nega qualquer vínculo com o esquema. Mas a parte da investigação sobre o presidente da Assembleia permanecerá sob responsabilidade do Ministério Público paulista porque Capez tem foro especial e só pode responder perante o Tribunal de Justiça de São Paulo.
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