Em sua cruzada para votar o mais rápido possível o impeachment de Dilma Rousseff, o governo interino de Michel Temer vem pressionando o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), para que desista da ideia de adiar a sessão para votar a cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha PMDB-RJ). Os governistas trabalham até pelo adiamento do recesso parlamentar, previsto para este mês.
Maranhão comunicou o plenário que a cassação de Cunha ficará para agosto, só depois do recesso dos parlamentares, na segunda quinzena de julho. Ele acredita que uma sessão esvaziada – o recesso não são férias oficiais – pode ser vantajosa para Cunha, que só deixa o cargo se 257 dos 513 deputados votarem por sua cassação.
Temer não gostou nada da história e decidiu pressionar Maranhão. Oficialmente, os congressistas precisariam trabalhar em julho para votar medidas econômicas, como o teto para gastos públicos. O receio, no entanto, é que a votação do caso de Cunha só depois do recesso acabe atrapalhando ou adiando a votação do impeachment de Dilma no Senado, também previsto para agosto.
A solução encontrada, conta o jornal Folha de S.Paulo, foi pedir que o recesso branco ocorra somente em setembro, o que deve gerar muitos descontentamentos.
Cunha protocolou um recurso na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contra o relatório que pede sua cassação. Ronaldo Fonseca (PROS-DF), um de seus aliados, entrega hoje o relatório, cuja votação está prevista para a próxima terça-feira (12).
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