A presidenta Dilma Rousseff já decidiu de que lado vai ficar e não é o lado do PT. Ao contrário do que pediram os movimentos sociais que no ano passado saíram às ruas para defender seu mandato, a presidenta, um pouco mais forte no cargo, decidiu aprofundar o ajuste fiscal defendido pelo mercado financeiro e se afastar do PT e de seu fundador, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo pesquisa CNT divulgada na semana passada, o governo Dilma tem aprovação de 11,4% dos eleitores. Na pesquisa anterior, divulgada em outubro, ele foi bem avaliado por 8,8% dos entrevistados. A margem ainda é muito baixa, avaliam interlocutores, o que teria obrigado a presidenta a tomar a decisão de escolher um dos lados, e não o petista.
Depois de apoiar nos bastidores as alterações na Lei da Partilha do pré-sal, o governo vai insistir na volta da CPMF e prepara até a abertura do setor de aviação ao capital estrangeiro, o que é visto com ainda mais desconfiança pela esquerda.
O afastamento de Dilma coincide com o aumento de suspeitas contra Lula, suspeito de fazer lobby para empreiteiras, esconder a compra de um apartamento na praia e de usar sua influência para conseguir uma reforma em um sítio pertencente ao sócio do filho.
Nos últimos encontros, a relação dos dois foi apenas protocolar. Suficientes para Lula mandar um recado pelo ministro Jaques Wagner (Casa Civil), que conversou com o ex-presidente na última terça-feira (23). Disse que vai se concentrar em se defender e a reconstruir a imagem do partido, deixando que a defesa do governo seja feita pela própria Dilma.
O PT seguiu Lula. O Diretório Nacional aprovou um texto rejeitando o ajuste fiscal e pedindo que a política econômica do ex-presidente – como concessão de crédito – seja retomada.
Deixe um comentário