A quantidade de manobras feitas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foram tantas que nunca um processo de cassação foi protelado nesses níveis no Conselho de Ética desde que a exigência de uma avaliação preliminar virou regra, em 2011.
Nesse período, os parlamentares analisaram 20 casos e nenhum esperou tanto para chegar a uma conclusão: 78 dias descontado o recesso parlamentar, um a mais do que o tempo que levou os processos contra Rodrigo Bethlem (PMDB-RJ) e Devanir Ribeiro (PT-SP), os mais lentos até então, informa reportagem do jornal O Globo.
Nesta fase do processo, essa demora é quase o dobro da média de duração das outras 20 ações, que gira em torno de 40 dias.
Instaurado em 3 de novembro do ano passado, o processo contra Cunha contou com sua tropa de choque, que, para atrasar sua tramitação, passaram a esvaziar as sessões, destituíram o primeiro relator, Fausto Pinato (PRB-SP), e anularam os votos que admitiram a continuidade da ação.
Para o presidente do conselho, José Carlos Araújo (PSD-BA), “o Brasil inteiro sabe por que ocorre essa demora”. “É a primeira vez que o conselho julga um presidente da Casa. Todo mundo vê as medidas protelatórias que o grupo que acompanha o presidente tem feito, de todas as formas, para atrasar o processo.”
Na próxima terça-feira (23), o Conselho de Ética volta a se reunir para discutir o caso de Cunha, relatado por Marcos Rogerio (PDT-RO), que defendeu a continuidade do processo em parecer preliminar.
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