“Promotoria pré-julgou Lula por tríplex e caso será levado à Justiça”, diz defesa do ex-presidente

Segundo defesa de ex-presidente, Lula foi "pré-julgado"
Segundo defesa de ex-presidente, Lula foi “pré-julgado”

O promotor do Ministério Público de São Paulo Cássio Conserino “pré-julgou” o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre suposta propriedade de um triplex no Guarujá ao vazar para a revista Veja sua intenção de processar o petista antes mesmo de concluir as investigações. A afirmação é da defesa de Lula, que afirma que Conserino mal seria o promotor natural do caso, o que será levado à Justiça.

Como já anunciado pelo promotor à revista no dia 22 de janeiro, o Ministério Público de São Paulo apresentou na última quarta-feira (9) denúncia contra o ex-presidente, sua mulher, Marisa Letícia, e outras 14 pessoas por suposta ocultação de patrimônio, o que configuraria lavagem de dinheiro. Se a denúncia for acatada pela Justiça, Lula vira réu em uma ação criminal.

Enquanto os investigadores garantem que o petista é proprietário do imóvel no condomínio Solares, no litoral de São Paulo, seus advogados garantem que ele pertence à construtora OAS, que assumiu a construção do edifício após a falência do Bancoop, cooperativa habitacional responsável por lançar o empreendimento.

Em 2004, Marisa adquiriu a opção de compra de um apartamento simples, que com a mudança de construtora e público alvo dos apartamentos, se transformou em um triplex, rejeitado pela família Lula no final do ano passado, quando sua aquisição já era investigada.

“Essa ação só confirma a parcialidade com que o assunto está sendo conduzido”, criticou o advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, ao jornal Folha de S.Paulo. “Essa denúncia foi anunciada no dia 22 de janeiro para a revista Veja, antes dele [promotor] concluir as investigações.”

De acordo a defesa, o próprio Conselho Nacional do Ministério Público já confirmou que Conserino não é o promotor natural do caso, “e isso será levado à Justiça”, prometeu a defesa, para quem “Conserino transformou duas visitas a um apartamento no Guarujá em ocultação de patrimônio”.

Além disso, Martins acusa “abuso” nas investigações, uma vez que haveria “conflito de atribuições” nas apurações simultâneas feitas do MP de São Paulo e a Ministério Público Federal no Paraná.


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