Representantes das etnias indígenas falaram ao ministro da Educação, Mendonça Filho, sobre as dificuldades que enfrentam desde a educação básica ao ensino superior e reivindicaram medidas para minimizar os problemas: “Se ainda temos essas mazelas é porque nunca fomos levados suficientemente a sério, porque não foi por falta de diálogo”, disse o coordenador do Fórum Nacional Permanente de Educação Escolar Indígena (Fneei), Gersem Baniwa.
Baniwa, que foi nomeado integrante do Conselho Nacional de Educação (CNE), diz que todas as precariedades do ensino indígena são resultado do racismo institucional ainda presente no país: “É resultado do racismo que passa pelas instituições, pela sociedade, pelas pessoas. O fato de nós, indígenas, termos a negação dos nossos direitos, a negação do acesso à escola porque somos índios, é resultado do racismo. Simplesmente porque nascemos índios são bloqueados a nós os direitos e o acesso a políticas públicas”, disse.
Os indígenas são 0,47% da população brasileira, num total de 817.963 habitantes, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 em áreas urbanas, mostram os resultados preliminares do Censo Demográfico feito pelo IBGE em 2010. Eles pertencem a cerca de 305 etnias e falam 274 línguas. Segundo Baniwa, no Amazonas, um terço das comunidades, o que corresponde a 60 mil estudantes, não tem prédio escolar: “Coloco isso como um grande desafio”, ressaltou.
Teodora Guarany, também integrante do Fórum, defende a necessidade de mais participação dos indígenas na tomada de decisões: “Não queremos mais emendas de projetos, merecemos políticas mais concretas e mais estruturantes para a vida dos povos indígenas”. Mendonça Filho assinou um ato que convoca para novembro de 2017 a II Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena, em Brasília.
* Com Agência Brasil
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