Em sua delação premiada para a operação Lava Jato, o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), condenado a 20 anos e três meses de prisão, ressuscitou um episódio polêmico da no Congresso durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB): a compra de votos de deputados para aprovar a emenda da reeleição, em 1997.
De acordo com o portal UOL, Corrêa admitiu ter se envolvido em crimes desde o seu primeiro mandato parlamentar, em 1978. Ele afirmou que o episodio envolvendo o governo FHC “foi um dos momentos mais espúrios” que ele presenciou em toda sua vida política.
Segundo o delator, houve uma disputa de propinas. Pedro Corrêa disse que estavam em lados opostos o governo Fernando Henrique e o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), que na época havia acabado de deixar a Prefeitura de São Paulo com alta aprovação e com sua candidatura à Presidência da República cogitada.
O delator da Lava Jato relatou que por parte do governo federal a iniciativa da reeleição foi liderada pelo então ministro das Comunicações Sérgio Motta (morto em 1998) e pelo então presidente da Câmara Luis Eduardo Magalhães (também morto em 1998 e na época do PFL) com o apoio do deputado Pauderney Avelino –atualmente líder do DEM na Câmara– , dos então governadores Amazonino Mendes (PFL-AM) e Olair Cameli (PFL-AC) “entre outras lideranças governistas”.
De acordo com Pedro Corrêa, essas lideranças “compraram os votos para a reeleição de mais de 50 deputados”.
Procurado pela reportagem do UOL, Fernando Henrique Cardoso disse que Pedro Corrêa apenas repetiu o que foi veiculado pela imprensa na época e que já tratou do assunto em sua biografia lançada recentemente sobre o período em que ocupou a Presidência da República, chamada “Diários da Presidência”. No livro, ele relata que o episódio foi uma “questão do Congresso”.
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