O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, criticou na noite de quarta-feira a tentativa de impeachment contra a presidenta Dilma. Para o educador, trata-se de um processo “sombrio” que envolve setores democráticos, como o Judiciário, a mídia e o Congresso.
A declaração de Leher ocorreu em um protesto pela democracia na noite de quarta-feira (6), no Largo de São Francisco, no centro do Rio de Janeiro, um local de lutas históricas durante a ditadura militar. “A nosso ver, está em curso um processo perigoso e sombrio de desestabilização de um governo. Avaliamos que esse processo envolve setores do Judiciário, da mídia e do Parlamento, objetivando derrubar o governo para implementar uma política de ajuste fiscal de proporções gregas”, afirmou. “Entendemos que os desdobramentos deste tipo de ação atingirão fundamentalmente os trabalhadores, a juventude e a educação pública”, disse Leher.
Pedro Paiva, diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRJ, defendeu “um terceiro campo de luta”. “Afinal, não existem provas para se manter esse processo. Isso mostra que a nossa Justiça é altamente seletiva, só serve aos de cima. Mas, ao mesmo tempo, nós não defendemos o governo federal. Temos que lutar por direitos, contra os retrocessos do governo, mas defendendo as conquistas democráticas, tão duramente alcançadas. Existe um golpe jurídico em curso.”
O ato
Um palco foi armado em frente ao Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da universidade, onde se apresentaram grupos artísticos e discursaram diversas lideranças políticas e estudantis.
Presentes ao ato, representantes do Sindicato dos Petroleiros argumentaram que parte das pressões pelo impeachment vem das indústrias petrolíferas internacionais, que desejam se apossar do petróleo do pré-sal. “A discussão do impeachment é para escamotear a entrega do pré-sal. Nós estamos na luta contra esse golpe. Eles querem é tomar o pré-sal, que garante o nosso abastecimento pelos próximos 50 anos. A disputa pelo petróleo no mundo se dá através de guerras e da derrubada de governos”, disse o secretário-geral do Sindipetro-RJ, Emanuel Cancela.
*Com Agência Brasil
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