Em um discurso preparado para entrar para a história, o ex-presidente Fernando Collor de Mello confirmou sua intenção de votar favoravelmente ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff, mas lamentou a história brasileira “recheada” de deposições e afirmou que foi ignorado pela presidenta quando a teria alertado sobre a possibilidade de impedimento.
Visivelmente emocionado, Collor preparou um discurso de impacto. Rememorou a história da República, descreveu algumas das crises institucionais vividas pelo País para finalmente lembrar de sua experiência.
Ao dizer que foi absolvido pelas acusações dos crimes supostamente cometidos por ele no exercício do mandato, Collor frisou que não sofreu impeachment, uma vez que renunciou ao cargo antes da votação no Senado.
O senador por Alagoas aproveitou sua fala para criticar o sistema presidencialista “adotado por nossa República”: “127 anos de crises […], enfrentamos ditaduras, golpes… E ainda estamos em processo de redemocratização.”
Ele pediu que os partidos formulem políticas públicas porque “regredimos no agir da política”, disse. “Por isso o sistema está em ruína.”
Embora tenha dito que “não podemos mais rechear nossa história com deposição”, admitiu que seu voto será pela queda de Dilma. Além de criticar as chamadas pedaladas fiscais, disse que a presidenta não lhe deu ouvidos em todas as vezes que tentou aconselhá-la.
De acordo com Collor, ele teria pedido a Dilma que propusesse um acordo de conciliação nacional logo após sua vitória nas urnas. Teria alertado até para o risco de impeachment. “Relegaram a minha experiência”, lamentou.
Renan Calheiros agradeceu entusiasmado ao discurso do colega de Estado pelo “grande registro histórico”.
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