O professor titular de Ética e Filosofia da Universidade de São Paulo (USP), Renato Janine Ribeiro, tomou posse nesta segunda-feira (6) como o novo ministro da Educação, em substituição a Cid Gomes (PROS), que pediu demissão há 18 dias do cargo. A cerimônia aconteceu no Palácio do Planalto e ainda contou com a presença do ministro-chefe da Casa Civil, Aloísio Mercadante.
Em seu discurso, a presidenta elogiou Janine no que definiu como uma “feliz novidade” e disse que é importante “ter um educador em uma Pátria Educadora”. “Quem poderia ser mais indicado para comandar toda essa transformação nesse momento do que um professor? Por isso, para consolidar a construção de um desafio de uma pátria educadora, uma pátria que educa suas crianças e seus jovens, eu convidei um professor, um pensador e um apaixonado pela educação. Renato Janine Ribeiro é uma feliz novidade”, disse ela.
“[Janine] terá um grande desafio, que é construir, a partir desses quatro eixos genéricos, o futuro do nosso País na área educacional. […] Sua escolha traduz a minha maior prioridade nesses próximos quatro anos”, completou.
Na última entrevista que concedeu, na semana passada ao canal estatal TV Brasil, o professor afirmou que pretende aproximar a educação da cultura. “Acredito na educação como libertação. Saber não é uma transmissão de conteúdos, não é uma padronização. Penso que um dos pontos importantes é como a gente aproxima isso do mundo da cultura”, disse ao Observatório da Imprensa. “O mundo da educação é muito mais regulado, porque há cursos, currículos, nota, diploma. Estou fazendo uma esquematização muito simples. O mundo da cultura, você pode ver [o filme] Lincoln, do [diretor Steven] Spielberg, é uma aula sobre escravagismo e abolição. Aula mesmo seria diferente”, acrescentou Janine.
O novo ministro da Educação foi capa da edição de março de Brasileiros, quando concedeu uma longa entrevista para as repórteres Luiza Villaméa e Márcia Pinheiro. Na ocasião, ele afirmou que os avanços sociais do governo federal se deram apenas pelo consumo, criticou a falta de diálogo da presidenta Dilma Rousseff, o projeto policialesco da oposição e a onipresença do Judiciário. Para ler a reportagem, clique aqui.
Substituição
Renato Janine Ribeiro foi escolhido no final de março para substituir Cid Gomes, ex-governador do Ceará que pediu demissão após entrar em colisão com a Câmara dos Deputados, liderado por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a acusação de que há “achacadores” no Legislativo, em 18 de março. Durante uma tumultuada audiência no Plenário, o ex-governador deixou o local após ser chamado de “palhaço”.
Anteriormente, Cid havia feito uma referência direta ao presidente da Casa, Eduardo Cunha. Apontando para o presidente, Cid Gomes falou: “Prefiro ser acusado por ele de mal-educado do que ser acusado como ele de achaque”, disse.
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