Requião: “Senadores aprenderam algo com ida à Venezuela”

Impedidos de prosseguir visita a presos políticos, senadores retornam ao aeroporto de Caracas. senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); senador Ronaldo Caiado (DEM-GO); senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) - Foto: Agência Senado
Impedidos de prosseguir visita a presos políticos, senadores retornam ao aeroporto de Caracas. senador Aloysio Nunes (PSDB-SP); senador Ronaldo Caiado (DEM-GO); senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) – Foto: Agência Senado

No dia seguinte ao episódio envolvendo senadores brasileiros em Caracas, na Venezuela, o Senado nomeou uma comissão de cinco parlamentares de cinco partidos diferentes para viajar ao país vizinho na próxima quarta-feira (24) com o intuito de “verificar in loco a experiência da democracia venezuelana”. São eles os senadores Roberto Requião (PMDB-PR), Lindbergh Farias (PT-RJ), Lídice da Mata (PSB-BA), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). 

No início da tarde desta sexta-feira (19), minutos depois de discursar no plenário do Senado sobre a situação vivida pelos companheiros do PSDB e do DEM na Venezuela, Requião atendeu a reportagem de Brasileiros. Para ele, a comissão que vai repetir a viagem dos senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Aécio Neves (PSDB-MG), José Medeiros (PPS-MT), José Agripino Maia (DEM-RN), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e Sérgio Petecão (PSD-AC) não é de um grupo político específico do Brasil, mas de parlamentares preocupados em ajudar os vizinhos.

Brasileiros – Qual é o propósito dessa viagem depois do que ocorreu com os senadores da oposição?
Roberto Requião – Pretendemos verificar a situação e trabalhar para consolidar a democracia venezuelana por meio de eleições. Vamos conversar com a sociedade civil e com o governo da Venezuela, mas não como partidários de uma divisão interna, porque senão vai acontecer conosco o mesmo que aconteceu com os senadores do PSDB e do DEM. Eles pertencem ao mesmo grupo político que festejou quando a presidenta Dilma foi impedida de continuar sua visita na exposição da construção civil em São Paulo. A gente não queria que acontecesse com eles o que aconteceu com os professores surrados pelo PSDB no Paraná, por exemplo. Eu ficava vendo as notícias ontem [quinta-feira, 18] e pensando: “Meu Deus, daqui a pouco vão dizer que nossos companheiros senadores estão sangrando da mesma forma que os professores foram bombardeados pela polícia do PSDB no Paraná com gás, arma de borracha e cassetetes”. Claro, nós repudiamos o bloqueio que o movimento fez ao carro deles. Acho que eles aprenderam alguma coisa. A visita foi pedagógica.

Nota da redação: No dia 10 de março, a presidenta Dilma Rousseff foi hostilizada por visitantes do 21º Salão Internacional da Construção, no pavilhão do Anhembi, em São Paulo. Ela teve de mudar seu percurso dentro da feira para evitar um encontro direto com os manifestantes. Um dia antes, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) – que estava na comitiva em Caracas – disse que não queria que ela saísse do poder, mas queria “sangrá-la”.

O que eles poderiam aprender?
Aprenderam que quando a presidenta for falar, não dá para promover bate panela para não ouvi-la. Não dá para estimular indignados desta forma. As pessoas têm direito de colocar suas opiniões no espaço democrático, mas não é assim. Eles foram lá como partidários de um grupo. Nós vamos lá para dizer à Venezuela que queremos a concórdia, que queremos eleições, que queremos a decisão democrática do povo. Vamos conversar com o governo e a oposição, com a sociedade civil venezuelana.

Vocês pretendem visitar o Leopoldo López também?
O grupo vai decidir depois. O problema não é só o Leopoldo, mas também o povo que está morrendo na rua com os combates. O problema não é o Leopoldo, mas o desabastecimento. Nós vamos tomar pulso da situação da Venezuela de uma forma isenta e democrática, por isso acredito que não teremos problemas com nenhum dos lados da política venezuelana.

Os senadores foram à Venezuela com o avião da FAB. Vocês pretendem fazer o mesmo?
Acho que nós devemos ir com um avião oficial do governo brasileiro, mas um grupo partidário do Brasil não poderia ter chegado lá com um avião da FAB para tomar um lado da política venezuelana. Tinha todo o direito de ir, enquanto grupo de opinião, mas não às custas do governo brasileiro. De qualquer forma somos solidários com o que aconteceu.

O senhor acha que a viagem em si já teve um tom de provocação?
Usaram a viagem partidariamente. Tomaram um partido. O partido que nós podemos tomar é o da democracia. Eu, por exemplo, vou como senador da República e como presidente da EuroLat, o parlamento europeu latino-americano. O acontecimento foi lamentável, mas veja bem: o grupo deles era de opositores, no Brasil e na Venezuela. Não tinha ninguém isento ali. Era uma “blitz”. Eles foram lá para hostilizar o governo venezuelano, que tem suas mazelas.

Como o senhor vê o governo venezuelano hoje?
Eu verei melhor quando estiver lá… Acho que o regime venezuelano tem qualidades e defeitos como qualquer regime. O que queremos é que a Venezuela decida democraticamente o caminho que segue.


Comentários

3 respostas para “Requião: “Senadores aprenderam algo com ida à Venezuela””

  1. Cale a boca você idiota alienado!
    Energumeno de procedência duvidosa.
    * Tipinho sem neurônios!

  2. Cala a boca petista

  3. Avatar de Senlis Landre Diogo
    Senlis Landre Diogo

    Senhores senadores, o que ocorreu na Venezuela foi perfeito. Por que os senhores não fazem uma visita às cidades brasileiras com IDH baixíssimo. Ao senador Aluísio, retiro o voto que dei nele, e nunca mais votarei nesse infeliz politico. Quanto ao Aécio desejo que nunca mais se eleja, nem para inspetor de quarteirão.
    Quanto o uso do avião da FAB, quem vai pagar as despesas?

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