“Rito de Collor justifica julgamento fatiado do impeachment”, diz jurista

Fernando Collor deixa a presidência após processo de impeachment em 1992 - Foto: EBC
Fernando Collor deixa a presidência após processo de impeachment em 1992 – Foto: EBC

Uma das inúmeras polêmicas que se seguiu ao julgamento do impeachment de Dilma Rousseff, a separação das votações do impeachment e da manutenção dos direitos políticos da presidenta cassada pode ser legitimada pelo rito que retirou os direitos políticos do ex-presidente Fernando Collor de Mello em 1992.

A opinião é do jurista Alberto Zacharias Toron, que lembrou do julgamento do hoje senador pelo PTB de Alagoas. Na ocasião, surgiu a seguinte questão: Collor havia renunciado ao mandato antes da votação do impeachment. Mesmo assim decidiu-se votar a perda de seus direitos políticos. “Ou seja: uma coisa não necessariamente se atrela à outra. Seguiram a mesma lógica agora. Mas, naquele caso, aplicaram a pena secundaria. Neste caso, não.”

Para Toron, “é provável” que, na votação de quarta-feira (31), os senadores tenham avaliado a intensidade da culpa atribuída a Dilma. “Tiraram com uma mão e deram com a outra, abrindo espaço para contestações.” Agora, diz o jurista, “se o STF vai entender que há contradição é difícil dizer. A Corte pode decidir que são coisas separadas e uma coisa [perda do mandato] não se comunica com a outra [retirada dos direitos políticos].

Lava Jato

E qual será o futuro da Operação Lava Jato? “Eu não tenho um palpite concreto, tenho uma estimativa. Ela deu mostras claras de que está acima da política: embora tivesse atuado facciosamente na gravação do Lula, vazando o que não poderia ter vazado, mostrou que tem fôlego próprio, com gente do governo aparecendo, como o ex-ministro do Turismo Henrique Alves”, que pediu demissão.

Toron também não descarta a possibilidade de a operação terminar na gaveta, “mas não dá para confirmar com os dados dispomos”.  Sobre o empenho da imprensa em noticiar o assunto, nova interrogação: “Pode ser que sim, depende dos novos atores, ao foco que se dará ao Lula, à Dilma. Ela pode ter muito combustível em torno de velhos personagens.”


Comentários

Uma resposta para ““Rito de Collor justifica julgamento fatiado do impeachment”, diz jurista”

  1. Avatar de Ary Martins Pachêco
    Ary Martins Pachêco

    Está aí a Europa reclamando que “como é que o Brasil fabrica um presidente da mentira”, olha isso aí é muito grave, pois o Temer sendo interino e sendo delatado não poderia ser o nosso Presidente e além do mais não votamos nele.

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