Rodrigo Maia, do DEM do Rio de Janeiro, disputou a presidência da Câmara dos Deputados com outros 13 parlamentares. Venceu a disputa no segundo turno por 285 votos contra 170. Ele tem 46 anos e está no quinto mandato como deputado federal. O favorito chegou a ser Rogério Rosso, do PSD do Distrito Federal, aliado de Eduardo Cunha, do PMDB do Rio de Janeiro, que renunciou ao cargo na quinta-feira passada, do qual fora afastado pelo Supremo Tribunal Federal atingido pela Operação Lava Jato.
Filho de Cesar Maia, ex-prefeito do Rio pelo mesmo DEM em três mandatos – 1993-1997, 2001-2005 e 2005-2009 -, Rodrigo nasceu no Chile, onde o pai viveu o exílio. Esse fato chamou a atenção de funcionários da Secretaria Geral da Mesa porque apenas brasileiros natos podem presidir a Câmara dos Deputados. Mas, apesar de ter nascido fora do Brasil, Maia foi registrado pelo pai no consulado brasileiro na capital chilena, em julho de 1970.
Para concorrer à presidência da Câmara, o deputado que trabalhou pelo impeachment da presidenta Dilma, chegou a articular apoio do PT na eleição de ontem com o aval do ex-presidente Lula a apoiá-lo. Pressionado por sua própria base, o PT recuou e desistiu.
O novo presidente da Câmara se candidatou como opção aos aliados de Eduardo Cunha, embora tenha mantido uma relação de apoio ao ponto de Maia ter sido indicado por Cunha para diversas relatorias, algumas muito importantes, como a da reforma política. Maia só se descolou depois que Cunha caiu em desgraça.
Na tarde de ontem, o PSDB declarou apoio ao DEM – os tucanos formam uma bancada de 50 deputados e seu apoio vinha sendo disputado por outros candidatos, depois de o partido desistir de lançar um nome próprio.
Há quatro anos, Rodrigo aceitou encabeçar chapa para prefeito do Rio tendo como candidata a vice Clarissa Garotinho, do PR, filha de Garotinho. Mas a aliança não funcionou: Rodrigo terminou em terceiro lugar, com apenas 2,94% dos votos. Na eleição seguinte, para deputado federal, em 2014, teve sua votação mais baixa desde 1998: pouco mais de 53 mil votos.
Votação
O mandato tampão vai até fevereiro do ano que vem, quando haverá novas eleições. Rosso e Maia concorreram com outros 14 candidatos – quatro nomes desistiram horas antes da votação: Heráclito Fortes (PSB-PI), Maria do Rosário (PT-RS), Beto Mansur (PRB-SP) e Fausto Pinato (PP-SP). Rosso foi o candidato apresentado pelo centrão, formado por mais de 10 partidos, incluindo PTB, PRB, Pros e PP. Maia foi apoiado por parte da base governista, como PSDB, PPS, DEM e PSB.
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