Beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida atribuíram nota média de 8,77 à satisfação com a moradia adquirida, em uma escala de 0 a 10. A avaliação está na Pesquisa de Satisfação dos Beneficiários do Programa Minha Casa, Minha Vida, apresentada na sexta-feira (12). A nota é resultado de uma pesquisa de campo feita pelo Ministério das Cidades e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo o estudo, moradores dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida deram nota média de 8,62 para o aumento de bem-estar e 9,44 para o quesito “sem intenção de mudar”. As maiores notas ocorreram nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
O levantamento foi feito entre os meses de agosto e setembro de 2013, com base em uma amostra de 7.252 famílias beneficiadas em 184 municípios de 23 unidades da Federação. A maior parte dos empreendimentos pesquisados foi contratada na primeira fase do programa, entre 2009 e 2011.
De acordo com a pesquisa, as mulheres representam a maioria dos entrevistados (77%) e a idade média é 38 anos. A renda média dos beneficiários é R$ 753 e 29,84% residiam em áreas de risco. Os moradores destinam, em média, 5% da renda familiar ao pagamento da parcela do imóvel.
Segundo a publicação, as pessoas estão satisfeitas com seus vizinhos e atribuem nota média de 8,61 para esse item. A segurança nos locais recebeu nota de 4,74 e o lazer nas proximidades, 3,49. “As pessoas reconhecem problemas de segurança e falta de áreas de lazer. Existe preocupação com a insegurança patrimonial, como o roubo”, disse o coordenador técnico da pesquisa, Fernando Garcia.
As famílias não avaliaram bem alguns aspectos da inserção urbana. A nota média para a disponibilidade de escolas perto do imóvel é 4,03 e de clínicas e hospitais, 4,36. Sobre a facilidade de transporte, a nota média é 6,65 e a demora do transporte, 3,87.
O estudo mostrou que a satisfação sobre a iluminação da unidade habitacional tem nota média de 8,91. No entanto, o quesito umidade da moradia teve nota 6,21 e temperatura do imóvel, 5,34. “Em Manaus, uma das cidades mais úmidas do Brasil, existe um problema de umidade interna [das unidades] associado ao uso de ar condicionado, que traz essa umidade para as paredes internas. No caso da temperatura, temos notas baixas em regiões que têm máximas muito elevadas ao longo de um período muito grande do ano ou mínimas muito reduzidas”, disse Garcia.
A publicação indica que houve “uma melhora geral das condições de vida dos beneficiários, mesmo considerando que o conforto da moradia não seja o ideal, que o entorno e a localização dos empreendimentos tenham inadequações e que o custo de vida com despesas ligadas ao domicílio (exceto aluguel) tenha crescido”. Um dos principais objetivos do estudo é apresentar subsídios para aprimorar o programa habitacional.
“Essa pesquisa pegou os empreendimentos construídos na primeira fase do Programa Minha Casa, Minha Vida. A partir da segunda fase, melhoramos as condições de contratação, exigimos a melhor inserção com relação à saúde, transporte coletivo, áreas de lazer dentro dos empreendimentos. E na fase três, que estamos preparando agora, para 2015 a 2018, vamos contemplar outras demandas que a pesquisa nos mostra que precisamos melhorar”, disse o ministro das Cidades, Gilberto Occhi.
O Minha Casa, Minha Vida contratou 3,7 milhões de moradias e entregou 1,87 milhão de unidades até novembro, segundo o 11º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), divulgado ontem. O total de unidades habitacionais contratadas corresponde a 98,8% da meta do programa até o fim de 2014. De acordo com o governo, o programa já beneficiou mais de 7 milhões de pessoas.
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