Embora figure em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, a deputada federal e candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSOL, Luiza Erundina, pode não participar dos debates eleitorais pela cadeira de Fernando Haddad. É o que determina a lei 13.165, assinada no ano passado, que proíbe a participação de candidatos de partidos que tenham menos de nove deputados em atividade na Câmara Federal.
Em entrevista à Brasileiros, a ex-prefeita disse que o partido não pretende aceitar passivamente a decisão. A candidata considera a nova lei “uma restrição antidemocrática, autoritária, excludente”. “Fizemos uma representação ao STF contra essa restrição e estamos aguardando a decisão. Também estamos fazendo uma campanha nacional pressionando os partidos, os pré-candidatos e os veículos de mídia que vierem a promover debates para que se posicionem em relação a isso.”
Se mesmo assim ela não puder participar dos debates, o PSOL vai montar um palanque em frente às emissoras de televisão e organizar um. “Se eles não resolverem, vamos promover um debate público na frente das emissoras, isso é um problema inaceitável dentro de uma democracia.”
Em terceiro lugar na pesquisa divulgada pelo Datafolha em junho, Erundina acredita que a nova lei restringe a liberdade de expressão de candidatos bem colocados nas pesquisas, como é o caso dela, à frente até do atual prefeito. “Excluir alguém que possa estar entre o cinco primeiros é negar a liberdade de expressão. Isso mostra o quanto a regulação da mídia e a democratização dos meios de comunicação são mais do que necessária no País.”
PSOL e Rede?
Pelas novas regras, Erundina só poderia participar do debate se tivesse nove deputados federais eleitos em sua chapa. Com seis parlamentares, o PSOL cogitou da possibilidade de se coligar à Rede, de Marina Silva, que abrigou Erundina na campanha parlamentar de 2014.
Com os três deputados da Rede, a ex-prefeita atingiria o coeficiente mínimo e estaria garantida nos debates. Acontece que o PSOL escolheu o correligionário Ivan Valente para a vice, o que vem azedando as negociações com o partido de Marina, que anunciou a pré-candidatura de Ricardo Yung.
Questionada sobre a aliança, e ex-prefeita foi clara: “Seguimos uma coerência em relação às nossas origens e compromissos. Ainda não fechamos a decisão sobre a política de aliança e não houve nenhuma conversa com nenhuma força política que demandasse uma composição com o PSOL. Estamos no marco zero em relação a essa questão”.
Até lá, o PSOL optou pela pressão social. Além de ameaçar aparecer em frente às emissoras no dia do debate, o partido lançou um abaixo assinado na internet pedindo a participação da ex-prefeita. De acordo com a candidata, trata-se de uma expressão popular: “Lideranças populares e a juventude que está nas ruas querem e exigem que se rompa essa restrição ao PSOL”.
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