Depois de um ano inteiro tentando derrubar a presidenta Dilma Rousseff, a oposição decidiu investir de vez contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o intuito de ressuscitar o impeachment e enfraquecê-lo para a disputa presidencial de 2018.
A estratégia do momento será a convocação de Lula para depor na CPI que investiga denúncias contra a Receita Federal por bancos e grandes empresas, suspeitas de pagar propina para manipular julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) no âmbito da Operação Zelotes. A comissão foi aprovada no começo do mês pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Embora um dos principais adversários do governo, Cunha admite a dificuldade de convocar o ex-presidente ao lembrar que a apuração que o envolve não consta no requerimento de criação da CPI, diz o jornal O Estado de S. Paulo. “Não posso ter opinião sobre isso. Não será minha a decisão”, disse ele, para quem “a base deverá impedir” a convocação.
É o que afirma o próprio autor do requerimento que criou a CPI, deputado João Carlos Bacelar (PR-BA): “Meu requerimento não foi específico do Lula nem do processo da compra de MPs”.
Mesmo assim, a estratégia dos oposicionistas ao governo é se revezarem na tribuna, onde pretendem cobrar Lula ao lembrar também de outras investigações ainda sem prova, como a suspeita de que ele ocultou um apartamento ou que usou de sua influência em uma reforma do sítio de um sócio de seu filho.
A intenção é clara: enfraquecer o ex-presidente ao mesmo tempo em que volta a insuflar a população pelo impeachment de Dilma. “Lula e Dilma estão umbilicalmente ligados, não tem como separar”, adiantou a estratégia o líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM).
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