A ação truculenta da Polícia Federal na sexta-feira (4), que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para depor à força, tomou todo o noticiário nos últimos dias, fazendo sombra sobre esta semana, decisiva no Congresso para o futuro da presidenta Dilma Rousseff.
O primeiro teste será na terça e quarta-feira, quando o Congresso vai analisar 16 vetos presidenciais a trechos de leis aprovadas por deputados e senadores sobre o ajuste fiscal. O principal deles trata da partilha, com Estados e municípios, dos impostos arrecadados com a repatriação de recursos.
O problema é que a base de sustentação do governo nunca esteve tão frágil. Para que Dilma perca, basta que a maioria simples dos congressistas (257 dos 513 deputados e 41 dos 81 senadores) derrubem os vetos, causando uma crise que pode ser usada pela oposição como justificativa para dizer que não há governabilidade e que Dilma precisa cair.
A situação é ainda mais tensa porque o histórico aliado PSB rompeu oficialmente com o governo na semana passada, o que significa que o PT terá 33 votos a menos para aprovar suas propostas.
O Supremo Tribunal Federal (STF) também decide nesta semana sobre o rito do impeachment na Câmara. Após a decisão, o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve montar a comissão que vai avaliar as suspeitas contra o governo. A oposição promete obstruir a pauta de votações até que esse grupo seja formado.
Deixe um comentário