Muito se fala sobre a baixa representação feminina no Congresso brasileiro, mas poucos têm a noção do quão machista é aquele lugar. Para se ter uma ideia, a novíssima conquista das senadoras brasileiras é um banheiro.
A primeira mulher a assumir um lugar no Senado tupiniquim foi Eunice Michiles (PDS-AM), em 1979, ao substituir o titular do cargo, João Bosco de Lima, morto naquele ano. Hoje, elas somam 12 parlamentares, 15% das 81 cadeiras disponibilizadas no plenário de Brasília, inaugurado em 1960.
O papel da mulher na política era tão inexpressivo, que o prédio foi projetado sem banheiro feminino. O tempo foi passando, as mulheres foram ganhando assento na Casa, mas ainda precisavam ir até um banheiro da lanchonete.
A bancada feminina, no entanto, se uniu. Agora, o lavabo masculino do plenário está sendo reformado para abrigar um banheiro para as senadoras, informa o jornal Folha de S.Paulo.
A obra, que antecipou o encerramento do ano legislativo de 2015, está prevista para acabar até o dia 1º de fevereiro, quando senadores e deputados voltam ao batente.
Estatísticas
Em visita ao Brasil no final do ano, a subsecretária-Geral das Nações Unidas e diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, lamentou que o Brasil, apesar de ter uma mulher na presidência, tenha poucas delas nos espaços políticos.
De acordo com ela, a América Latina tem cinco dos dez países que mais se aproximam da igualdade de representação entre homens e mulheres nos espaços de poder. “O Brasil não é um deles. Ele é um dos quatro países no final da lista, que tem cerca de 10% de representatividade feminina [na política]. É ainda menor que a média global de 22%”, lamentou. “A brasileira tem que ir a urna e votar em mulheres”.
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