Senadores pressionam Dilma por plebiscito

Dilma ainda não teria opinião formada sobre o plebiscito. Foto: Lula Marques/Agência PT/ Fotos públicas
Dilma ainda não teria opinião formada sobre o plebiscito. Foto: Lula Marques/Agência PT/ Fotos públicas

A meses da votação final do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Senado, um grupo de senadores pressiona a petista para que ela proponha a realização de um plebiscito sobre a antecipação das eleições presidenciais. A ideia é que Dilma assuma o compromisso da consulta popular, que ainda teria que ser aprovada pelo Congresso, para conquistar os votos dos indecisos no Senado e conseguir barrar o processo de impeachment.

Na tarde dessa terça-feira (14), os senadores Armando Monteiro (PTB-PE), Roberto Requião (PMDB-PA), Lídice da Mata (PSB-BA) e Jorge Viana (PT-AC) reuniram-se com Dilma em Brasília para discutir a questão. Também estiveram presentes o presidente da CUT, Vagner Freitas, a presidenta da UNE, Carina Vitral, o líder do MTST, Guilherme Boulos, o membro do MST, Alexandre Conceição, o dirigente do CTB, Adilson Araujo, e os presidentes do PT, Rui Falcão, do PDT, Carlos Lupi e do PCdoB, Luciana Santos.

Dentre os 81 senadores, uma bancada de 16 parlamentares sem voto vai definir o destino dos 54,5 milhões de votos obtidos por Dilma na eleição de 2014. Hoje, um em cada cinco senadores exerce o cargo sem ter sido votado. Desses 16 suplentes, nove já foram efetivados em suas cadeiras, por três motivos: renúncia dos titulares (4), morte (3) ou cassação (2). Os outros sete exercem o cargo interinamente porque os parlamentares eleitos estão no atual ministério (4) ou afastados por razões de saúde (3).

Os suplentes que exercem o cargo interinamente não necessariamente vão participar da votação final do impeachment: os quatro ministros de Michel Temer podem voltar ao Senado, caso julguem que seus suplentes não seguirão a orientação do governo. Mas o governismo também predomina amplamente entre os nove titulares. Desses, sete votaram a favor do afastamento de Dilma, um votou contra (o outro não tinha tomado posse).

Segundo Raimundo Bonfim, membro da Frente Brasil Popular, os movimentos sociais ainda não fecharam uma posição a respeito da realização do plebiscito e foram convidados por Dilma a participar da reunião para ouvir a proposta dos senadores. Ainda de acordo com o Bonfim, na reunião, Dilma não emitiu opinião sobre a proposta, apesar de já ter declarado publicamente apoio ao plebiscito. A presidenta teria limitado-se a dizer que apoiará o que tiver “o máximo de consenso” entre senadores, partidos aliados e movimentos sociais.


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