Como costuma acontecer no Brasil às vésperas de grandes votações, o governo do presidente interino, Michel Temer, decidiu por a mão no bolso e liberar polpudas verbas a aliados por meio de emendas parlamentares: foram R$ 669 milhões em junho para garantir os votos para o projeto que estabelece um teto para os gastos públicos a partir do ano que vem e, claro, a conclusão, no Senado, do processo de impeachment da presidenta afastada, Dilma Rousseff.
O montante distribuído em junho foi o maior valor mensal desde o ano passado. Para se ter uma ideia, no mesmo mês de 2015, o governo liberou bem menos dinheiro, R$ 57 milhões. Os maiores desembolsos foram em abril: R$ 290 milhões, informa o jornal Folha de S.Paulo.
As emendas são cruciais na relação do governo como Congresso, uma vez que o dinheiro tem como destino as bases eleitorais dos parlamentares, uma forma de garantir apoio a projetos do Executivo.
Como este ano é eleitoral, a lei proíbe a transferência de recursos federais a estados e cidades nos três meses que antecedem o pleito (outubro). A exceção são os projetos em andamento. Para garantir, os ministérios enviaram a Temer as listas de obras previstas em emendas e em condições de receber verba.
Segundo o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, “a maior parte são valores que já estavam prometidos, mas não haviam sido liberados”.
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