Temer fala em privatizar aeroportos de Congonhas e Santos Dumont

Michel Temer com o governador tucano Geraldo Alckmin - Foto: Beto Barata/ Presidência da República
Michel Temer com o governador tucano Geraldo Alckmin – Foto: Beto Barata/ Presidência da República

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada neste domingo (10), o presidente interino Michel Temer diz que estuda privatizar os aeroportos de Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) para reduzir o rombo nas contas públicas: “É possível que venhamos a privatizar, vai ser analisado, Congonhas e Santos Dumont, o que deve dar uma boa soma”.

Congonhas e Santos Dumont têm a rota mais movimentada do país em razão da ponte aérea Rio-São Paulo. A inclusão dos dois aeroportos na lista de privatizações sinaliza uma ampliação importante no pacote de concessões que está sendo montado pelo governo interino. Inicialmente, a ideia era vender só quatros unidades neste ano –Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza–, o que renderia no mínimo R$ 4,1 bilhões de receita. O governo Dilma Rousseff não pretendia vender Congonhas e Santos Dumont. Temer disse à Folha que não há resistências de seus ministros da área econômica: “Também não há da minha parte.”

Temer disse esperar que a venda de ativos e a recuperação da economia gerem receitas suficientes para cumprir a meta fiscal de 2017, que prevê déficit de R$ 139 bilhões, mas não descartou um aumento de impostos: “O meu desejo é que não aumente, mas, se houver absoluta necessidade, não tem o que fazer.” Ele citou a Cide, tributo que incide sobre combustíveis, e o PIS/Cofins.

Temer disse, porém, que só enviará ao Congresso propostas para as reformas previdenciária e trabalhista “depois do impeachment”, e não descarta conceder um novo Refis (refinanciamento de dívidas) pedido por empresários.

O peemedebista declarou à Folha que a chance de a Operação Lava Jato atingi-lo é zero. “Pode botar um zero em letras garrafais.”

Temer assumiu o cargo interinamente em maio. Questionado sobre o que mudará no governo se o Senado afastar Dilma Rousseff definitivamente em agosto, ele respondeu: “Não muda nada. Sei da interinidade, mas estou agindo como se fosse efetivo”. Ele afirmou que, se Dilma voltar ao cargo, isso não será uma frustração: “Minha não será. Não vivo da Presidência, vivo da minha vida interior”.


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