Serra exige de Temer o Ministério da Fazenda

Serra quer área econômica, enquanto Temer preferia o tucano na Saúde - Foto: EBC
Serra quer área econômica, enquanto Temer preferia o tucano na Saúde – Foto: EBC

Mesmo antes da decisão da Câmara dos Deputados de dar prosseguimento ao processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, o vice-presidente Michel Temer e seu núcleo de poder já articulavam a formação do futuro ministério. O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga é o nome escolhido por Temer para o Ministério da Fazenda, mas o economista resiste ao assédio. Temer pediu a ajuda do senador Aécio Neves (PSDB-MG) para convencer Fraga a aceitar a missão. Na campanha presidencial, o então candidato tucano chegou a anunciar que o economista seria o seu ministro da Fazenda.

Há um outro candidato de prestígio: o senador José Serra (PSDB-SP). Ele já avisou à cúpula do partido que deseja o cargo. Mas há um problema: Temer prefere ver Serra como ministro da Saúde, cargo que ocupou por quatro anos, de 1998 a 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso. Assim como Fraga, Serra também resiste à indicação para a Saúde. O seu projeto é assumir o comando da economia do país para pavimentar a sua candidatura a presidente da República em 2018.

Nomes certos no governo são os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ambos do PMDB. Um deles será o ministro-chefe da Casa Civil, o outro ficará com a Secretaria Geral da Presidência. Ex-ministro dos Transportes no governo FHC e ex-articulador político no governo Dilma, Padilha é conhecido pela capacidade de arregimentar apoio no Congresso Nacional. Usou essa experiência na busca de votos pelo impeachment de Dilma. Franco foi o coordenador do projeto básico que resultará no programa de governo de Temer.

O ex-ministro Nelson Jobim, que ocupou cargos nos governos FHC e Dilma, é tido como um curinga no novo ministério. Já foi cotado para o Ministério da Defesa, pela boa relação que criou com os comandantes militares na sua passagem pelo cargo no governo Dilma. Nas últimas semanas, porém, passou a ser cogitado também para o Ministério das Relações Exteriores. Temer acha que precisa de um nome forte, um ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para desconstruir na comunidade internacional a imagem de que o impeachment é um “golpe branco”.

Jobim e Fraga foram alguns dos palestrantes nos seletos jantares oferecidos pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) no último ano, com a presença de 10 a 20 parlamentares. Pérsio Arida, outro ex-presidente do BC e um dos idealizadores do Plano Real, também esteve nessas reuniões. Fraga falou dos planos para superar a crise econômica, e Jobim abordou o processo do impeachment, assegurando que os procedimentos estavam todos corretos. Nos últimos meses, o afastamento de Dilma foi o assunto dominante, inclusive na véspera da votação no plenário da Câmara, nessa ocasião com a presença de Temer.

O ex-presidente do STF Ayres Britto foi lembrado para o Ministério da Justiça. Seria parte do pacote de “notáveis” que Temer pretende ter no seu ministério, como forma de dar credibilidade ao governo. Mas talvez o novo presidente tenha que entregar esse cargo a algum parlamentar aliado para reforçar o apoio no Congresso.

Uma situação semelhante acontece na Agricultura. O “notável” sonhado para esse cargo é Roberto Rodrigues, ex-ministro de Lula de 2003 a 2006. Ele traria o apoio das lideranças do agronegócio. A Confederação Nacional da Agricultura teve papel decisivo na fase final da votação do impeachment na Câmara, inclusive fechando o voto de alguns indecisos. Mas o cargo pode ficar com o deputado Marcos Montes (PSD-MG), produtor rural e coordenador da Frente Parlamentar Mista da Agropecuária. O apoio do PSD, que deixou o governo Dilma para apoiar Temer, foi fundamental para aprovar o impeachment. Outro cotado é o do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), ex-secretário de Agricultura de São Paulo.


Comments

Uma resposta para “Serra exige de Temer o Ministério da Fazenda”

  1. PARECE UM PESADELO….EU NÃO ACREDITO QUE ESSES PSICOPATAS ESTÃO DANDO O GOLPE NA MAIOR COM A CONIVÊNCIA DO judiciário PARCIAL E JUSTICEIRO….ENVERGONHADA

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