Temer suspende contratações do Minha Casa Minha Vida

O tucano Bruno Araújo, novo ministro das Cidades, bate panela na Câmara - Foto: Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Bruno Araújo (PSDB), novo ministro das Cidades, na Câmara – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O  governo Michel Temer suspendeu toda a terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida, anunciado pela presidenta Dilma Rousseff em 30 de março deste ano, que previa a construção de 2 milhões de novas moradias até o fim de 2018. Em seu discurso de posse, Temer havia dito que os programas sociais que deram certo, como o Minha Casa Minha Vida, seriam mantidos.

Na última terça-feira (17), o ministro Bruno Araújo (PSDB) já tinha anunciado a suspensão da construção de até 11.250 unidades habitacionais alegando que não havia recursos. Nesta sexta-feira (20), o tucano anunciou que toda a terceira etapa do programa ficará suspensa até que a equipe do ministro Henrique Meirelles faça uma revisão das contas públicas. O ministro declarou que é preciso identificar os reais limites do programa e traçar “metas realistas” que não criem falsas expectativas. O novo ministro disse ainda ao jornal O Estado de S. Paulo que vai propor a Temer a realização de uma cerimônia simbólica para inaugurar 46,2 mil moradias que já estavam prontas.

A suspensão da terceira etapa do Minha Casa Minha vai agravar ainda mais a crise na construção civil: a terceira fase do programa previa investimentos de R$ 210,6 bilhões. O ritmo de queda no setor se intensificou em abril, segundo informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta: o índice de nível de atividade registrou 36,4 pontos no mês passado ante 37,5 pontos em março. 

Em março, o emprego na construção teve queda de 0,99% em relação a fevereiro, com o fechamento de 28,5 mil postos de trabalho. O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo diz que foram fechadas 55,4 mil vagas entre janeiro e março.

Diante da repercussão negativa de suas declarações, o ministro Bruno Araújo divulgou uma nota 
reafirmando seu “compromisso não só com a manutenção do programa Minha Casa Minha Vida, mas também com a importância do seu aprimoramento e na medida em que a economia permitir, sua ampliação”.

Na nota, Araújo disse ainda que “estamos em um momento de transição, em hipótese alguma neste momento falaríamos em uma suspensão do programa Minha Casa Minha Vida”: “O que estamos fazendo é sendo cautelosos, avaliando o que nos permite prometer para que não possam ocorrer falsas esperanças”, acrescentou. 


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