“Só um capitão covarde abandona um navio na hora da tempestade”, diz Kátia Abreu

Convenção do PMDB deve marcar início do rompimento da legenda com o governo - Foto: EBC (Arquivo)
Convenção do PMDB deve marcar início do rompimento da legenda com o governo – Foto: EBC (Arquivo)

O PMDB faz neste sábado (12) sua convenção nacional em Brasília, quando deve reconduzir o vice-presidente da República, Michel Temer, à presidência nacional do partido e rediscutir sua permanência no governo. No total, 454 delegados vão eleger os membros do Diretório Nacional, que, por sua vez, vão escolher sua nova Comissão Executiva.

Principal partido da base aliada do governo da presidenta Dilma Rousseff, o PMDB chega dividido à convenção entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), anunciou seu rompimento com o governo e é um dos principais defensores do afastamento.

Na véspera da convenção nacional, o vice-presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), defendeu em discurso no plenário que o partido adote no encontro uma posição de independência do governo, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo.

Já a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, filiada ao PMDB, negou essa possibilidade provocando seus colegas. “Só um capitão covarde abandona um navio na hora da tempestade e o PMDB não é um capitão covarde”, disse.

O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou na terça-feira (8) que espera que o PMDB continue participando do governo, sem desrespeitar as opiniões divergentes internas da legenda. Em relação à convenção, ele não descartou que seja discutida a saída do partido da base governista, embora defenda que continue “da maneira como está”.

De acordo com Castro, a legenda, tradicionalmente, convive com posições contrárias às acertadas pela maioria. “O PMDB é um partido absolutamente democrático, que convive sempre com correntes adversas, e sempre foi tolerante com essas posições. Ninguém vai interferir na conduta do outro, vamos nos respeitar mutuamente, como tem ocorrido ao longo do tempo”.


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