A Amy Winehouse que eles querem

Queridos, não estou acreditando nos comentários sobre os shows de Amy Winehouse no Brasil. Metade do povo realmente parecia querer ouvir a moça cantar, não que eu acredite que sejam fãs dela, Suzana Vieira chegou a chamá-la de americana (é inglesa), e o resto só conversava e pousava para os fotógrafos de plantão na ala vip, durante o espetáculo. A fama de junkie da menina é tão forte quanto sua voz, senão mais, e a torcida parecia querer é que ela vomitasse no palco, indagando o que ela estaria bebericando em uma misteriosa caneca, à vista de todos. Não é para menos, pois no show de segunda-feira, com gente que pagou R$ 700,00 por um ingresso, a fofa deixou de cantar nada menos que dez músicas, encerrou tudo em apenas uma hora, e sumiu da cena, deixando os lindos sem uma única chance de tirar aquela foto que mostrariam para os filhos e netos. Falo dos globais e ricos que se amontoaram no tapete vermelho. Eu acho Amy um lixo, não consigo me empolgar com suas músicas, não chega aos pés de Beyoncé, Lady Gaga, ou minha musa soberana, Madonna. Motivos para encorajar o veneno do povo ela dá de sobra, pois até fotografada em coma alcoólica na porta de um pub londrino ela foi, e não parece ter ficado muito abalada não. No show de ontem, ela cantou tudo aquilo que se esperava, mas foi errar exatamente a letra de seu próprio sucesso Rehab (reabilitação, na tecla SAP).

Não vou bancar o moralista, não quanto a ela, pois idolatro várias divas drogadas, todas maravilhosas. Ainda choro ouvindo Piaf cantando Padam Padam, ou Non, je ne regrette rien, ou então Janis Joplin, com Summertime, as duas entupidas de heroína, talvez não conseguissem cantar a metade se estivessem sóbrias. Já confessei aqui que tive de cortar o álcool de minha vida para não me destruir, e faço qualquer campanha de conscientização para gente como eu mesmo, sempre repito o link para o maravilhoso Robert Downey Jr. O que eu não aguento é o povo querendo ver a desgraça do outro, e Winehouse vive cercada de abutres por todos os lados. Paparazzis já nem contam, são profissionais do drama alheio, mas nem ela mesma consegue destruir seu próprio visual (medonho) com a força e a rapidez do olhar alheio. Uma vez junkie, danada para sempre, ela tem uma carreira a cuidar, e uma reputação a arruinar – qual será mais rápida? Deus a proteja. Bênção do Cavalcanti.


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