A Celeuma do Prosecco

A denominação de Prosecco, situada na região do Vêneto, no nordeste da Itália, passou por mudanças na legislação. Assim, o órgão regulador pretende proteger o nome Prosecco da produção desenfreada de espumantes genéricos que levam o nome do original italiano.

Uma das mudanças foi territorial. Agora, a zona nobre de produção (DOCG) fica em uma área de 40 km que se estende entre as províncias de Conegliano e Valdobbiadene, e as demais se espalham por seis províncias vênetas e ainda duas províncias de uma outra região chamada Friuli. Aumentando a área de cultivo, pode-se ter também um aumento na área de produção, argumento importante para poder privar outros lugares do mundo de produzirem espumantes que levam o nome Prosecco.

Para fechar o cerco ainda mais, os produtores da denominação alteraram o nome da uva, já que os produtores mundo afora tinham como desculpa a nomenclatura da cepa para estamparem seus rótulos. Agora, a uva Prosecco se chama Glera, um nome ancestral que já era difundido localmente. E Prosecco é de Prosecco e não se fala mais nisso!

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Método Charmat
O Prosecco é feito, como a maioria dos espumantes do mundo, pelo método Charmat. Inventado pelo engenheiro francês Eugène Charmat, é um processo simples em que se almeja obter frescor e aromas frutados. O mosto das uvas é fermentado em grandes tanques de aço hermeticamente fechados, com capacidade que varia entre 50 e 100 mil litros.

A mistura dos diferentes vinhos obtidos após a primeira fermentação é feita e adicionada de liqueur de tirage (uma solução feita com um pouco de vinho, açúcar e fermentos). Inicia-se, então, uma fermentação lenta e com temperatura controlada. Após certo tempo de fermentação, as leveduras mortas ficam no fundo do tanque de aço, e um dos truques de alguns produtores é manter o vinho em contato com essas leveduras para conferir uma complexidade maior a seus vinhos. Após um período de descanso, o vinho passa por uma filtragem e, sempre em ambiente fechado isobárico, o vinho é engarrafado.


*Graduada em Gastronomia, com especialização em Enogastronomia e maître-sommelier dos restaurantes D.O.M. e Dalva e Dito, em São Paulo.


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