A corrida da virada

Dia 31 de dezembro é data de festa! Todos querem festejar, pular, dançar, correr uma prova de 15km… Opa… Como!? Sim, para muitos, dia 31 de dezembro é dia de São Silvestre, considerada uma das maiores provas do planeta, realizada anualmente, sem uma única exceção, desde o ano de 1925.

Idealizada pelo jornalista Cásper Líbero, em seu início a prova era mais curta e restrita, aberta apenas para cidadãos paulistanos do sexo masculino. Migrantes e Imigrantes também eram permitidos. O curioso é que, na época, a prova marcava, literalmente, a despedida do ano que passava e a celebração de novos tempos, já que se iniciava às 23h30, pontualmente. Os competidores largavam em um ano e completavam a prova no ano seguinte.

Anos se passaram, a prova foi ganhando notoriedade internacional, prestígio, e os organizadores se viram obrigados a profissionalizá-la afim de mantê-la viva. Os estrangeiros começaram a participar em 1945 e, a partir de 1947, deixaram os brasileiros a ver navios até 1980, quando José João da Silva cruzou a linha em primeiro. Durante essa hegemonia dos “gringos”, destaque para a conquista do tcheco Emil Zatopek, em 1953, considerado por muitos o maior atleta de corridas de longa distância da história.

Em 1975 as mulheres começaram a disputar a prova também, mas, só 20 anos mais tarde, em 1995, o Brasil subiu ao lugar mais alto do pódio entre elas. Nas 35 edições femininas, apenas 5 brasileiras foram campeãs. As mudanças no horário e no trajeto, estabelecido nos 15km, mínimo permitido pela federação internacional para competições oficiais, se deram em 1980 e 1990 respectivamente.

A brincadeira de 60 corredores, dos quais menos de 50 competiram na virada do ano em 1925 se transformou em mega-evento, hoje são mais de 15 mil corredores, muitos atrás dos aproximadamente R$ 20 mil dados ao campeão, caso dos Quenianos, que faturaram 12 das últimas 20 edições no masculino e mais 8 no feminino, outros que só querem aproveitar as centenas de câmeras para protestar de alguma forma, e uma esmagadora maioria de fanfarrões, no melhor sentido da palavra, é claro, afim de começar a farra mais cedo!


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