Levada pelos imigrantes espanhóis no século 16, essa cepa chegou ao Chile e, durante tempos, fez as vezes que hoje faz a Carmenère – a uva icônica dos vinhos chilenos. Na Espanha, na região das Ilhas Canárias, ela é chamada de Listán Negro, mas é de difícil vinificação. Com bastante textura e acidez pronunciada, resulta em vinhos rústicos, gastronômicos e diferentes.
Os produtores que hoje se aventuram na produção da País lançam mão de técnicas modernas e ousadia para fabricar vinhos, uma vez que bebidas feitas dessa uva dificilmente serão corriqueiros.
O produtor espanhol Miguel Torres se rendeu ao encanto da País e idealizou um espumante que por anos consecutivos foi eleito pelo guia Descorchados como o melhor chileno.
O produtor francês Louis-Antoine Luyt também entrou de cabeça nos estudos dessa cepa e faz um trabalho primoroso com ela em diversos vinhos de sua vinícola, desde varietais a blends.
Os dois produtores fazem ainda um trabalho importantíssimo com cunho social. Como as videiras de País são de propriedade de agricultores regionais que as possuem como legado familiar, eles compram as uvas por um preço acima do mercado para incentivar os proprietários no cuidado com essas vinhas que podem ultrapassar os cem anos de vida.
Aqui, no Brasil, é possível provar vinhos importados feitos a partir dessa uva, mas em quantidades limitadas. Os espumantes atravessam bem todo o curso de uma refeição e os tintos pedem pratos à base de carnes de caça ou cocções longas.
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