Na quarta-feira (10), foi realizado o terceiro e último dia do HSM ExpoManagement, no complexo Transamérica Expo Center. Quem começou o dia foi Jim Collins, renomado estudioso de grandes empresas duradouras e de como elas conseguem um desempenho superior ao longo do tempo. Em sua palestra, ou melhor, em sua aula, Collins falou sobre o crescimento consciente e disciplinado das empresas, liderança e o perfil de gestão que os líderes devem ter para levar a instituição a um crescimento planejado, a humildade que as marcas precisam para não se tornarem arrogantes e superconfiantes com a posição que ocupam, e como escolher as pessoas certas para os lugares-chave de seu “Ônibus”, uma metáfora para empresa. [nggallery id=14130] “Precisamos ter habilidade para achar as pessoas certas para colocá-las nos lugares corretos de nossos ônibus e, saber também, descartar acertadamente determinadas pessoas”, analisou. Collins falou também a respeito do trabalho de encontrar pessoas certas e abordou sobre a motivação e a paixão que os funcionários devem ter, além da teoria da janela e do espelho. Isso tudo durante as mais de três horas de palestra, dividida em duas partes.Com muita bagagem conquistada durante seus vastos anos de pesquisa, Collins disse ainda que a motivação é o motor para se fazer um bom trabalho. “O problema não é encontrar a motivação nas pessoas, pois as pessoas certas já são motivadas naturalmente, e sim como não destruir esta motivação que existe dentro delas”.Em sua apresentação, ele mostrou alguns passos para encontrar essas pessoas e como harmonizá-las dentro do “ônibus”. Para começar, os valores do “passageiro” devem bater com os valores da empresa. Depois, para a pessoa correta não existe trabalho, existem responsabilidades. O comprometimento com a palavra e o prazo também são características fundamentais da pessoa. Collins explicou a sua “teoria da janela e teoria do espelho”, também presentes no líder ideal. “A pessoa certa, ao ter uma grande conquista, olha para a janela e distribui os créditos com os demais. Quando erra, olha firmemente para o espelho e diz ‘você é o culpado’”. O americano afirmou que todas as ações acima, se feitas com paixão e amor pela empresa, indicam um funcionário mais que qualificado.Com muita motivação e paixão, o estudioso falou sobre o “Water Line Risk”, uma linha imaginária de riscos que uma organização pode se atrever a correr. Segundo Collins, para se alcançar algo grandioso, é preciso correr certos riscos.Por fim, mas não menos interessante, Collins, que já era ovacionado pelo bom público presente no auditório principal do HSM ExpoManagement, mostrou que uma empresa precisa sempre evoluir, mas nunca pode deixar seus valores de lado. “Se há algo que dura para sempre em uma organização, são seus valores, seu propósito de existir”. Ele citou como exemplo a Sony que, em 1945, no pós-Segunda Guerra Mundial, decidiu abrir um pequeno escritório, formado por três japoneses, com o objetivo de mostrar a capacidade e excelência do Japão em tecnologia. O que prometem e entregam até hoje, mais de 60 anos depois.Após o almoço, o brasileiro Carlos Ghosn, presidente mundial da aliança Renault/Nissan, se dirigiu ao palanque para dividir seus conhecimentos sobre a gestão da adversidade e turnaround.Após muito falar sobre sua experiência profissional, Ghosn encaixou uma das frases mais felizes do evento. Lógica, mas que pouca gente para pra pensar: “Quando a crise acabar, virá outra. É muito fácil se dar bem nos momentos favoráveis. O diferente se sobressai nesses momentos de adversidade. Como diz Nietsche ‘O que não nos mata nos fortalece’”, completou.Mas o que fazer para atravessar um momento de turbulência? Para Ghosn, o pré-requisito fundamental é a confiança. O líder precisa demonstrar que sabe o que está fazendo, mesmo que em muitas vezes não saiba. O que importa é a postura ao enfrentar um momento ruim, pois isso reflete totalmente no restante da empresa. Para fechar sua fala de maneira simples e direta, disse que esses dois conceitos são a chave para o sucesso: a simplicidade e a praticidade.Já no fim da tarde, o público ainda presente no Transamérica Expo Center teve o prazer de acompanhar uma das palestras mais inspiradas e interativas dos três dias, com o americano David Ulrich, considerado a maior autoridade em gestão de recursos humanos no mundo.Para começar, Ulrich já perguntou quantos dos presentes trabalhavam em empresas familiares. Ao ver muitas respostas positivas, ele afirmou que liderança não é genética, mas precisa ser construída ao longo do tempo, não só por ações singulares, mas em atitudes que possam empurrar para frente também as pessoas que estão em volta.Divertido, Ulrich começou a falar com o público sobre o valor das marcas. Para ilustrar seu pensamento, decidiu circular entre as primeiras fileiras do auditório para analisar os relógios de cada um. “Tag Heur! Uau! Classe, estilo. Rolex! Poder! Esse aqui não tem relógio, quer passar a imagem de que não é refém do tempo. Esse tem um Timex! É barato!”, brincou, antes de mostrar seu pulso e revelar o seu próprio Timex. “Meu pai era mais humilde e, quando comecei meu PHD, ele me deu esse relógio para que eu sempre olhe e lembre de que o que importa é a pessoa, não o status”.O estudioso revelou os cinco passos para um líder alcançar o sucesso, começando com a estratégia, responsável por clarear as ideias e facilitar o trabalho. Depois, disse que um grande líder precisa ser um executor, afinal, é preciso disciplina para que se consiga transformar o que sabemos no que fazemos. Apesar de todas as características empresariais, Ulrich disse que o lado humano não pode ser esquecido. As relações de uma pessoa a definem. E para terminar, a proficiência pessoal, ou seja, a habilidade e a capacidade nata do profissional.Com seu horário estourado, David Ulrich foi convidado a continuar com sua fala, dessa vez respondendo às perguntas dos espectadores, já que o palestrante que fecharia o evento, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda não havia chegado, por conta da crise do banco Panamericano.Após quase uma hora de atraso, Meirelles assumiu o microfone, claramente atordoado e desconfortável. Depois de falar por aproximadamente metade dos 45 minutos previstos, nos quais abordou a crise mundial e as maneiras que o Brasil se utilizou para driblá-la, ele encerrou sua fala parabenizando a todos e, principalmente, a HSM pela iniciativa e o Brasil. “O nosso País tem condições de olhar para frente. Em termos de gerenciamento empresarial, o Brasil é um caso de sucesso!”, finalizou, empolgando os presentes.Para ver mais sobre o HSM ExpoManagement, acesse o site oficial do evento.

“O cara” dos negócios


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