No ano passado, o Prêmio Nobel da Paz foi conferido a um banqueiro. Normalmente atribuído a organizações humanitárias ou a seus representantes, ele é um indicador das preocupações mundiais naquele momento. A Cruz Vermelha Internacional, por exemplo, recebeu dois prêmios. O primeiro em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, e o segundo em 1944, na Segunda Guerra.
O ganhador de 2006, o economista Muhammad Yunus, é dono do Grameen Bank e mereceu o prêmio por suas iniciativas vitoriosas de proporcionar crédito, em forma de pequenos empréstimos, para a população mais miserável de seu país, Bangladesh. Sua premiação mostra a atual preocupação com a pobreza, com a miséria no mundo, principalmente a dos países emergentes, onde ela é mais cruel e onde a diferença de classes é mais letal.
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O Brasil, todos sabemos, há séculos padece do mesmo mal, não em níveis bangladeshianos, mas nada do que pudéssemos nos orgulhar ou deixar de nos preocupar. Alguns dados recentes, porém, mostram que o paciente dá nítidos sinais de melhora. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em setembro o seu retrato anual do Brasil. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) detectou uma sensível melhora na renda do trabalhador brasileiro. Houve um crescimento de 7,2% de 2005 para 2006, o maior registrado desde 1995, o ano do real.traba
Também de fora se vê a melhora. A revista britânica The Economist publicou reportagem sob o título “Adiós to poverty, hola to consumption”, algo como “Adeus, pobreza; alô, consumo”, em que registra o aparecimento de uma nova classe média no Brasil, fruto de um crescimento econômico mais rápido, de inflação baixa e de expansão do crédito. Brasileiros, para esta edição de outubro que chega a suas mãos, foi às ruas em busca dessa nova classe média. Como vive, onde trabalha, o que pensa e o que significa esse fenômeno. O resultado está na pág. 40, na reportagem assinada por Celso Fonseca e Nathalia Birkholz.
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