A favor da liberdade

Na 4ª edição da Campus Party, realizada na Expo Imigrantes, as “celebridades” e personagens conhecidos são outros. Os sósias de Darth Vader e Mario Bros, por exemplo, são os preferidos dos campuseiros, que os rodeiam a cada passo e os seguem a todo movimento.
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Cezar Alvarez é secretário executivo do Ministério das Comunicações e não veio fantasiado. Apesar de integrar a grande comitiva de acompanhantes do ministro Paulo Bernardo, ele conseguiu dar uma bela caminhada pelo interior da Campus Party. Desde o grande galpão principal, onde os gamers se reúnem, até a área de camping, a comitiva passeou sem ser muito abordada, com exceção de alguns repórteres, como este que vos escreve. Um ou outro geek perguntou aos repórteres se aquele se tratava de algum autor de mangá ou qualquer outro ídolo da tribo nerd.

Em meio à visitação ao evento, o site da Brasileiros conseguiu conversar, com exclusividade, com Cezar Alvarez, que falou, entre outras coisas, sobre a importância da Campus Party e a visão do governo sobre o futuro da internet.

Brasileiros – Primeiramente, queria pedir para você falar um pouco sobre a importância de uma feira como essa, os debates que estão sendo propostos aqui e como você acha que o povo brasileiro está assimilando tudo isso.
Cesar Alvarez –
Olha, eu participei da primeira (Campus Party) e me lembro da dificuldade, da preocupação nossa para que conseguíssemos adaptar um evento como esse para o povo brasileiro, com nossa diversidade social, política, cultural, de interesses diversos em geral. Acho que a Campus Party brasileira conseguiu atingir isso. Nesta edição de 2011, ainda não sei exatamente em números, mas só o que estou vendo hoje, em termos de robótica, em termos de softwares, em termos da interação e da integração… Isso que está acontecendo aqui, hoje, era impensável anos atrás, mas é reflexo de um trabalho que está acontecendo já há algum tempo.

Brasileiros – Com a inclusão digital cada vez mais abrangente no Brasil e o a percepção do cidadão de que pode ser um agente ativo na rede, coisa que não acontecia antes, para onde você acha que podemos caminhar daqui para frente?
C. A. –
A inclusão digital vai mostrar cada vez mais o fortalecimento da economia local, da criatividade, da democracia, da cidadania e, principalmente, da colaboração nacional. Eu acho que é um dever público, articulado com empresas e ONGs entrar forte nisso, senão estamos fora do mundo, fora do novo século, seria o mesmo que voltar para a enxada na sociedade da informação. Não tenho dúvida que a inclusão digital é uma política pública e compartilhada e que tem de avançar cada vez mais, além do pequeno telecentro, e incluir as pequenas comunidades brasileiras.

Brasileiros – Quanto à questão da legislação antiquada em relação ao compartilhamento de software livre, qual é a sua opinião?
C. A. –
Olha, nós temos trabalhado forte no tema da integração entre diferentes áreas e, ao mesmo tempo, com a política pública que venha a favorecer o software livre no sentido de tecnologia, de qualidade. Claro, não pode ser uma decisão exclusiva, mas é óbvio que existe aí um certo aprisionamento intelectual, e que isso é preciso ser vencido, mas também é uma batalha em longo prazo.

Admirável mundo novo


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