A força de Quíron

Quíron foi descoberto em 1o de novembro de 1977 pelo astrônomo Charles Kowal, em Pasadena, Califórnia (EUA). Ele não sabia exatamente do que se tratava: se era um cometa ou um planeta menor. Só em 1995 foi descoberta uma coleção de corpos celestes semelhantes a Quíron e criada, então, uma categoria denominada asteroide-centauro.

Há muitas discussões a respeito de Quíron. Alguns astrólogos defendem sua utilização na interpretação de uma carta natal, outros o ignoram. Mas, para melhor entender sua natureza, é fundamental salientar acontecimentos ocorridos no mundo na época de sua descoberta, quando transitava no signo de Áries. Em 1977, a Organização Mundial de Saúde fez um esforço para a união da medicina moderna e científica à medicina tradicional, na tentativa de promover a saúde dos povos. Nessa época, iniciou-se uma preocupação com o consumo de alimentos mais saudáveis e o movimento ecológico. Ainda em 1977, a Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental atentou para o fato de que, nos últimos decênios, o homem, com o poder de transformar o meio ambiente, havia modificado o equilíbrio da natureza, deixando espécies expostas a perigos extremos. A engenharia genética promoveu avanços e, em 1978, nasceu, na Austrália, Louise Brown, o primeiro bebê de proveta do mundo.

Na mitologia grega, Quíron era um centauro imortal, que aprendeu a curar por meio de plantas medicinais. Profeta, astrólogo, músico, matemático e mestre de heróis gregos, foi ferido por uma flecha envenenada de um de seus alunos, Hércules. Sendo imortal, estava fadado a permanecer eternamente sem cura, pois não conseguiu sanar a própria ferida.

A casa astrológica que ocupa em uma carta natal pode indicar onde fomos feridos ou machucados e, por meio dessa experiência, adquirimos um tipo de sensibilidade e autoconhecimento que nos capacita entender e ajudar melhor os outros. A área onde Quíron se encontra mostra ainda onde acontecem fatos dolorosos e erros repetitivos. Porém, é justamente o ponto onde podemos atingir uma libertação psíquica. Neste momento, Quíron está no signo de Peixes, propiciando em todos nós uma busca profunda para a cura da alma. Um mergulho em busca daquilo que foi válido e que precisa ser resgatado. Esse processo curativo, que durará cerca de oito anos, não é fácil e vai exigir coragem para ir ao cerne de nossas feridas, a fim de que sejam extirpadas. Por outro lado, há o perigo de cairmos em autocensura e autocomiserações, com a busca de caminhos fáceis para resolução de problemas, no lugar de encararmos a dor e tentarmos entendê-la.

A última passagem de Quíron pelo signo de Peixes foi entre 1962 e 1968, sendo impossível separar esse trânsito de outro revolucionário, que foi uma conjunção de Urano com Plutão em Virgem. Mas, certamente, podemos atribuir a Quíron em Peixes o crescimento do uso de drogas como um caminho curto para atingir um estado transcendente.


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