A guerreira e a sábia

Maurren Higa Maggi. A primeira medalha de ouro de uma mulher brasileira em prova individual na história olímpica.
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Apareceu para o Brasil e o mundo no Pan de Winnipeg, em 1999. Menina nascida em São Carlos, interior de São Paulo, de personalidade forte, alegre, levava o ursinho de pelúcia a tiracolo para todo canto durante a competição no Canadá. Ganhou o ouro no salto em distância, foi eleita atleta do ano pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e virou aposta para a Olimpíada de Sydney, em 2000. Na estréia olímpica, foi apenas a 25ª colocada.

Em 2003, o doping. Uma pomada cicatrizante para depilação tirou o sonho de defender o ouro no Pan de Santo Domingo e, pior, impediu Maurren de ir à segunda Olimpíada, em Atenas (2004). Dois anos de suspensão e o dilema: seguir na carreira de atleta ou realizar o sonho de casar, ter filhos e formar uma família? Maurren decidiu-se pela segunda opção.

Casou-se com o piloto Antônio Pizzonia, abandonou os treinos e optou pela vida em casa. Nesse período, teve Sophia. Nome com origem no latim, Sophia significa sábia, sabedoria. O casamento chegou ao fim, mas a sábia filha foi o maior incentivo para a volta ao atletismo, o que Maurren não cansa de repetir. A guerreira Maurren voltou aos treinos no início de 2006, ganhou ouro no Pan do Rio em 2007, deu a volta por cima e o resto é história.

Agora, ela retorna para os braços de Sophia com o ouro. A sábia sorri, feliz.


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