A incrível fábrica de jogador de futebol

Foram 21 gols a favor e nenhum contra até agora, em quatro jogos da Copa São Paulo de juniores, que entra nas oitavas de final neste final de semana.

Até agora, para variar, o tricolor está sobrando, mostrando um futebol muito superior a todos os outros.

Tem leitor que reclama de mim por falar muito do São Paulo no Balaio, mas fazer o quê? Futebol é um dos meus temas favoritos, muito mais do que política.

Tudo bem que sou são-paulino, como vocês sabem. Se vou falar de futebol – vejam bem f-u-t-e-b-o-l, e não marketing esportivo -, vou escrever sobre qual outro time no momento?

Para quem assistiu ao passeio do São Paulo nos 5 a 0 contra o Juventus na noite de quinta-feira, em Rio Claro, não tem nenhuma novidade o que escrevi acima, mas muitos podem se perguntar a razão desta hegemonia tão flagrante.

Entra ano, sai ano, e o São Paulo não pára de apresentar novos craques, como se eles brotassem do chão ou fossem produzidos em série numa fábrica de jogadores de futebol.

Pois esta fábrica existe. Chama-se Centro de Formação de Atletas Presidente Laudo Natel, fica a 30 quilômetros de São Paulo, tem 220 mil metros quadrados de área, cinco campos oficiais, alojamentos com capacidade para 96 jogadores, refeitório para 150 pessoas, lan-houses, sala de aula e até uma pequena igreja.

O CTA foi inaugurado faz menos de quatro anos, mas já se pagou só com a revelação e a venda do jogador Breno para o futebol alemão, numa das maiores transações da história do clube.

Após jogar apenas seis meses no time principal e chegar à seleção brasileira, aos 17 anos, estava valendo 30 milhões de reais.

Há, no momento, 90 jovens de 10 a 18 anos sendo formados na fábrica de jogadores de Cotia.

Foi entre eles que o técnico Marcos Vizolli, ele próprio revelado no tricolor e ex-jogador do clube, escolheu o time que está empolgando a torcida na Copa São Paulo.

São tantos os novos craques que até o técnico Muricy, que acompanha de perto este trabalho, deve estar surpreso com a safra 2009.

Digo isso porque jantei com ele no final do ano passado, na casa do Faustão, e Muricy só me falou de uma grande revelação, o meia Oscar, de 17 anos, segundo ele o “novo Kaká”.

Oscar, de fato, é uma das gratas novidades do time de Vizolli, mas não a única. Sem que eu nunca tenha ouvido falar nele, o torneio apresentou à torcida o atacante Henrique, de 18 anos, artilheiro do time e da Copa.

Com cinco gols até agora, é um cara que joga com garra e muita alegria o tempo todo, coisa rara no nosso futebol. Para o artilheiro Henrique não tem bola perdida _ pegou, chutou.

E tem mais: no meio de campo, desponta o fino futebol do apoiador Wellington, autor de um passe magistral, com um toque de jogo de bilhar para Oscar marcar o primeiro gol na noite de ontem.

Não tem jogador ruim neste time, que mostra um futebol de gente grande, firme na defesa, rápido no meio de campo e fulminante no ataque. Deu pena do Juventus, que não viu a cor da bola.

O que nem todos sabem é que estes meninos treinaram um mes direto, sem folgas, nem no Natal nem no Ano Novo, para ganhar o entrosamento que agora mostram em campo.

Não tem milagre. Tem muito trabalho, equipamentos de última geração e profissionais da melhor qualidade em todas as áreas para cuidar destes garotos.

Os titulares tri/hexacampeões de 2008 e os seis novos bons jogadores comprados para reforçar o elenco principal este ano que se cuidem.

Se bobearem, Muricy saca eles e chama os meninos do Vizolli, que poderiam ser titulares já na maioria dos times brasileiros.


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