“A literatura é só uma das melhores maneiras de constatar nossos enganos”

Nova blogueira do espaço virtual mantido pela equipe da editora Cosac Naify, a filósofa e gestora cultural Aurea Vieira resolveu dedicar sua primeira postagem para a análise crítica do livro Bonsai, novo romance do escritor chileno Alejandro Zambra.

No livro, Zambra conta a história de um casal de jovens estudantes que se conhecem em uma festa na faculdade de letras. Para Aurea Vieira, a informação dada pelo escritor no começo do livro de que a protagonista morreria anos depois constituí-se como “um anticlímax sem parâmetros e, ao mesmo tempo, um dos melhores começos da literatura contemporânea.”

Apaixonados por literatura, os personagens principais do livro dão dicas de obras que serviram como inspiração na carreira do próprio Alejandro Zambra, escritor de 37 anos eleito um dos 39 mais importantes escritores latino americanos abaixo de 39 anos pelo Hay Festival e um dos 22 melhores escritores de língua espanhola abaixo de 35 anos pela revista Granta.

Em sua postagem, Aurea Vieira destaca as referências apresentadas por Zambra sobre obras como Madame Bovary, de Gustave Flaubert e As coisas, de Georges Perec. Para a filósofa, o novo livro do escritor chileno “nos acolhe, falíveis que somos, certos de que a literatura é só uma das melhores maneiras de constatar nossos enganos.”

Ao longo de seu texto, a crítica exalta a qualidade da prosa do chileno e o envolvimento de seus personagens com clássicos da literatura, mostrando a importância dos livros no desenvolvimento do romance. Para Aurea Vieira, o amor literato partilhado pelas protagonistas é um reflexo da própria visão de Zambra sobre outros autores.

Mais do que a história de dois amantes apaixonados pelas letras, Aurea Vieira destaca a maneira como Alejandro Zambra apresenta um retrato da atual juventude chilena e de suas relações nos âmbitos pessoais, sociais, educativos e políticos. Para a filósofa, Zambra nos apresenta “um panorama dos desejos dos jovens chilenos, da falta de maturidade política e da sua relação com a literatura.”


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