Vou ter que viajar daqui a pouco para São Joaquim da Barra, na região de Ribeirão Preto, onde farei uma palestra à noite na Feira do Livro. Por lá, pelo que li rapidamente no jornal, o ar está ainda mais seco do que aqui em São Paulo, com índices de deserto do Saara.
Faz dias que me sinto sufocado por esta baixa umidade relativa do ar. Vivo reclamando com a mulher, mas quando vi a história dos 33 mineiros que estavam desaparecidos no fundo de uma mina de ouro e cobre, que desabou no norte do Chile, me dei conta de como a gente reclama por pouco.
Presos desde o dia 5 num refúgio de 52 metros quadrados, a 700 metros de profundidade, com pouco ar e sem luz, eles foram encontrados todos vivos. O desafio deles agora é que vai levar quatro meses para ser aberto um novo túnel por onde possam ser resgatados.
Para mim, que sofro de claustrofobia, não poderia ter nada pior no mundo do que estar nesta situação. Vocês já imaginaram o convívio forçado, em condições tão dramáticas, em espaço tão reduzido, de 33 homens com idades entre 19 e 63 anos, que receberão por sondas o básico para a sobrevivência?
Vale a pena ler a bela reportagem sobre este drama humano publicada por Gustavo Hennemann, na página A14 da Folha desta terça-feira. Ele informa que no refúgio a temperatura é de aproximadamente 30 graus e a umidade relativa do ar chega a 95%. Aqui fora, em São Paulo, este indice ontem caiu para 17% e, em Ribeirão Preto, chegou a 13º, na tarde de domingo.
Só nos resta ficar conformados com a secura do clima, que passa com a primeira chuva, e torcer pelos mineiros do Chile, para que esta história tenha um final feliz.
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