A ONU já foi gay…

Ele impunha respeito.
Ele impunha respeito.

Queridos,

prometo não falar de BBB, pois não assisto a esse programa por força nenhuma nesse mundo, e já escrevi o suficiente sobre o assunto. Torço pelo melhor. Passou-me pela cabeça um gay maravilhoso, sobre o qual achei que poderia escrever, e que todos vocês gostariam de conhecer: chama-se Dag Hammarskjöld, foi o segundo Secretário Geral da ONU, cargo que ocupou durante 9 anos, até morrer – melhor dizendo, até ser assassinado, em 1961. Poucas pessoas foram tão importantes no século XX, e foram jogados no ostracismo tão firmemente. Dag nasceu na Suécia (sempre os suecos…), e defendeu um modelo de ONU independente, autônoma, que estivesse acima das esferas de poder dos Estados Unidos e da (então) União Soviética, modelo que até hoje não se concretizou. Vejam vocês, em plena guerra fria, quando o mundo chegou ao ponto do conflito nuclear por mais de uma vez, quem estava à frente da ONU era um homossexual. Curioso, não? Mais curioso ainda se virmos como a mídia faz questão de apagá-lo da memória. Ele era discretíssimo, como, aliás, era obrigatório ser em sua época, mormente para alguém de seu cargo. Nunca externou sua sexualidade, esteve acima disso sempre, mas quem trabalhava com ele sabia, e todos os serviços secretos do mundo também. Em sua equipe, mulher não tinha vez, só trabalhavam homens. Não que ele tivesse qualquer envolvimento com qualquer um deles, mesmo naquele ambiente super-vigiado da década de 1950 nunca se falou nada sobre isso, ele só não sabia lidar com mulheres.

Ele não foi morto por ser gay, ele foi morto por suas ideias modernas de autonomia da ONU, e foi um exemplo maravilhoso de homossexual sério, competente, e que poderia ter ajudado muito mais o mundo se sobrevivesse ao próprio. Existe um livro, lançado nos Estados Unidos, que trata de três gays emblemáticos do século XX, ele inclusive. Trata-se de Noble Lives: Biographical Portraits of Three Remarkable Gay Men, de Marc E. Vargo. O livro é em inglês, mais uma razão para que vocês estudem a língua. Além de Hammarskjöld, o livro fala sobre o compositor norte-americano Aaron Copland, e o escritor Glenway Wescott, três gays bárbaros, que vocês precisam conhecer. Enfim, sempre estivemos por todos os lados, e precisamos conhecer melhor esses exemplos tão fundamentais de nosso sindicato.

Abraços do Cavalcanti


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