A tragédia do Rio: terra em colapso

SÃO SEBASTIÃO – Estou vendo agora no Jornal Nacional as terríveis imagens da tragédia na Região Serrana do Rio. De tudo o que foi mostrado de mais chocante na caudalosa e competente cobertura da TV Globo, ficaram na minha cabeça as palavras balbuciadas por um menino flagelado: “Parece que o mundo está acabando”

É exatamente isto o que sinto faz algum tempo. O homem abusou da natureza, foi longe demais nas suas ambições e na sua irresponsabilidade, e a natureza está se vingando. Foi ontem, em São Paulo; hoje, no Rio; dias atrás, nas enchentes na Austrália, nas torrentes de neve nos Estados Unidos e na Europa. Cada hora num lugar, a terra está entrando em colapso.

Nas ruas das grandes cidades cada vez mais congestionadas de automóveis ou nos aeroportos superlotados de gente mundo afora, nos espigões que brotam sem parar onde antes conviviam pequenas casas geminadas, parece que o mundo ficou pequeno para tanta gente, tantas máquinas, tanto consumo, e não suporta mais carregar este peso. Agora, não adianta procurar culpados, acusar governantes, reclamar da falta de planejamento urbano e de cuidados com o meio ambiente. Já foi.

Somos todos responsáveis, somos todos vítimas. É uma estupidez querer fulanizar, partidarizar ou politizar as tragédias que se multiplicam pelo Brasil e pelo resto do planeta. Nesta quarta-feira, por uma ironia do destino, foi lembrado no mundo todo o terremoto que abalou um ano atrás o pobre Haiti, transformado num grande acampamento de miseráveis sobreviventes.

Na rica região de Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, o belíssimo cenário europeu das terras cariocas, que quase foi varrido do mapa pelas águas, vimos o que pode acontecer a qualquer hora, em qualquer lugar, independentemente da condição social dos moradores, se cada um de nós não for capaz de perceber o perigo que estamos todos correndo, e fizer alguma coisa para evitar novas tragédias.

Não sei se foi por alguma premonição. Mas, no no último post que escrevi no ano passado, alguns de vocês devem se lembrar, sugeri aqui mesmo no Balaio que a gente fizesse de 2011 o “Ano Menos”, baixando um pouco a bola para podermos continuar jogando.

Resta saber o que é possível fazer e se ainda dá tempo.


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