A verdade vem à tona

Foto Reprodução

O ex-deputado federal Rubens Paiva

A assessoria da Comissão Nacional da Verdade anunciou nesta segunda-feira, dia 4, que analisou documentos que apontam que o ex-deputado federal Rubens Paiva foi morto pelos militares no Departamento de Operações e Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) no Rio de Janeiro, em 20 de janeiro de 1971. As informações são do portal G1.

A indicação do assassinato do deputado veio após Cláudio Fonteles, coordenador da comissão, ter encontrado no Arquivo Nacional um informe onde agentes da repressão descreviam a captura de Rubens Paiva e o transporte do deputado ao DOI-Codi.

O caso passou a ser analisado com mais atenção após a comissão ter descoberto documentos na casa do coronel Júlio Miguel Molinas Dias, em Porto Alegre, que comprovam que Paiva foi preso por uma equipe do Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa). Dias foi assassinado na capital gaúcha em novembro do ano passado.

Até então, o Exército sustentava a tese de que o deputado teria fugido ou sido sequestrado por terroristas enquanto estava sob custódia do Estado. Segundo essa versão oficial, o ex-deputado é considerado foragido até os dias de hoje.

De acordo com Fonteles, os novos documentos comprovam que a versão propagada pelos militares é inverídica. “Tivesse acontecido, de verdade, ‘a fuga’ é, por óbvio, esse evento constaria desse pormenorizado registro”, disse o coordenador da comissão em nota.

Entre outras provas apuradas pela comissão está o depoimento dado à Polícia Federal por Amilcar Lobo, tenente médico do Exército, em 1986. Lobo revelou ter sido chamado para atender Rubens Paiva em janeiro de 1971. Segundo ele, Paiva apresentava um quadro de hemorragia abdominal e teve sua hospitalização recomendada pelo médico. Entretanto, Lobo disse ter sido notificado apenas no dia seguinte com a notícia de que o ex-deputado estava morto.

“O Estado Ditatorial militar, por seus agentes públicos, manipula, impunemente, as situações, então engendradas, para encobrir, no caso, o assassinato de Rubens Beyrodt Paiva consumado no Pelotão de Investigações Criminais do Doi-Codi do Exército”, completou Fonteles.


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