“A vida é cheia de surpresas”, diz vencedora de Prêmio Shell de Atriz

Roberta Estrela D’Alva ganhou o Prêmio Shell de Teatro em São Paulo nesta semana por sua atuação em Orfeu Mestiço – Uma Hip-Hópera Brasileira e gerou polêmica na classe. Ninguém esperava que ela levaria o troféu, especialmente porque era quase certa a vitória de Lavínia Pannunzio, indicada por dois espetáculos: A Ilusão Cômica e A Serpente no Jardim.  A paulistana de 34 anos também derrotou Ester Laccava, de A Árvore Seca.  Brasileiros foi atrás da atriz.

Brasileiros – O que um prêmio desse muda a vida de uma atriz?
Roberta Estrela D’Alva
 – Acho que o Shell é um prêmio que tem um lastro, uma tradição. Todo ano nessa época as pessoas ficam ligadas, querendo saber quem vai levar. Desde que eu ganhei as pessoas tem me cumprimentado bastante, umas até que eu nem imaginava que sabiam que eu existia. (ri) Não sei ainda o que muda, vamos ver. Mas espero que as pessoas se interessem por ver o trabalho, Orfeu Mestiço,  que, na verdade, é o que realmente importa.

Brasileiros – Algumas pessoas se disseram surpresas com sua premiação? Você diria o que para elas?
Roberta – “A vida é cheia de surpresas”.

Brasileiros – Você se espelha em alguma atriz ou gostaria de contracenar com alguém em especial?
Roberta – 
É inevitável eu ter me influenciado pelas pessoas com as quais eu trabalhei e tive a oportunidade de ver atuando nesses anos. A Claudia Schapira,  a Georgette Fadel, a Luah Guimarães, a própria Lavínia Pannunzio, com quem trabalhei no primeiro espetáculo do Núcleo Bartolomeu. Ah… e a  Juliana Galdino, que me deixou em estado de choque quando eu  a vi pela primeira vez. Mas o que a gente faz no Bartolomeu tem uma pegada que mistura o hip hop com o teatro né? Eu sou atriz-MC, e seguindo essa linha,  tem um cara que me inspira muito há algum tempo,  que é o Saul Williams.

Brasileiros – Quais são seus próximos projetos?
Roberta – Agora vamos entrar em cartaz novamente com Orfeu Mestiço, então voltamos a treinar, a ensaiar. Tô focada nisso, porque é um espetáculo que exige muita dedicação. Também tô empenhada num projeto de mestrado sobre a junção do ator com o MC, oralidade, sobre a poesia falada. Vou defender em breve.  Tem um documentário sobre poetry slam (campeonatos de poesia falada), que comecei com a documentarista Tatiana Lohmann na França, ano passado,  e os projetos  do ZAP! É o poetry slam  que apresento. A ideia é fazer um grande campeonato estadual no segundo semestre, e também estou num flerte com um projeto musical, mas esse é segredo.(ri)

Brasileiros – O que você pretende fazer nos próximos cinco anos? Onde ouviremos falar de você?
Roberta
 – Espero estar envolvida em projetos que me  possibilitem explorar ao máximo o que conquistei até aqui e que me façam descobrir coisas novas. O Núcleo Bartolomeu é um lugar que possibilita isso porque tem o teatro e o hip hop, além de trabalhar também com outras linguagens, TV, música e cinema. Acho que cinema é uma coisa que todo ator quer fazer, porque tem essa coisa de ficar lá, pra sempre. E tem a poesia falada, o lance do poetry slam  também, que é uma coisa pela qual me interesso muito. Bem, espero estar fazendo coisas legais e verdadeiras e que vocês ouçam falar de mim pelos quatro cantos do mundo!

CLIQUE AQUI E LEIA MATÉRIA COM ROBERTA ESTRELA D’ALVA NA BRASILEIROS 52, DE NOVEMBRO DE 2011

SERVIÇO

O que: Orfeu Mestiço – Uma Hip-hópera Brasileira
Onde: SESC Santo Amaro (Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo, tel.: (11) 5541-4000)
Quando: De  12 a 28 de abril, 20h
Quanto: R$ 8 a R$ 16


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