A vida sem cigarro-2: a ajuda dos leitores

A melhor coisa que me aconteceu desde que parei de fumar na hora do almoço de quarta-feira, dia 29 de outubro de 2008, foi ler os comentários que voces me enviaram. Deve ser mesmo algo tão importante na vida das pessoas que muitos leitores começaram suas mensagens assim mesmo, com o dia, o mes, o ano e até a hora em que pararam com o cigarro.

Tem de tudo: depoimentos comoventes de pessoas contando como sofreram para parar de fumar, de outras que precisam parar e não conseguem ou contando o que mudou nas suas vidas depois que largaram o cigarro, e muita gente me dando parabéns e desejando boa sorte.

“Parece até que foi teu aniversário”, comentou uma leitora bem humorada. Foram tantos comentários, mais de 150 até a hora em que comecei a escrever este post, que só me lembro de alguns.

Ainda estou meio zonzo, suei muito à noite, acordei mais cedo do que de costume, a dor de cabeça incomoda, mas vamos lá, que o blog não pode parar. É só tomar água, muita água, que vai

Vale a pena, para quem não leu o texto publicado ontem sobre “O que muda na vida de quem pára de fumar”, entrar no Balaio só para ver os comentários. Sempre dá para aprender com a experiência dos outros.

Desde o primeiro, da Vanda, que entrou às 17h01, desta vez nem teve muita polêmica entre leitores, muito menos baixarias, ao contrário do que ocorre em outros sítios (agora virou moda os próprios blogueiros estimularem debates escatológicos).

Apesar de se tratar de um tema pesado e desagradável, pelo menos pra mim, o alto astral de tantos testemunhos aqui publicados tornou mais leves estas primeiras horas de abstinência, que não são fáceis para quem fumou dois maços por dia durante 48 anos (algo próximo a 270 mil cigarros, se não errei na conta).

“Foi a melhor coisa que fiz em minha vida”. Você vai conseguir”, escreveu a ex-fumante Vanda. O leitor Adriano, que postou seu comentário hoje, às 08h24, resumiu bem o sentimento de liberdade e independência de que falam os que pararam de fumar:

“Pois é. Parar de fumar é uma sábia decisão. Parei de fumar e com o dindim dispensado pro cigarro comprei uma bicicleta. Hoje esta mesma bicicleta me leva para lugares que nem os comerciais de cigarro me levariam”.

Ainda não consegui fazer as caminhadas recomendadas pelo tratamento e pelos leitores, mas chegarei lá. Uma coisa de cada vez A melhor notícia veio de uma leitora que informou ter feito gratuitamente no SUS o tratamento para parar de fumar, com médicos especializados e até uma psicóloga.

O leitor Everaldo, freguês antigo e constante deste espaço, sugeriu até transformar o Balaio num ponto de encontro “para nos auxiliarmos mutuamente neste objetivo de parar de fumar”. Está liberado.

Quando já ia encerrando este texto, minha mulher, que parou de fumar junto comigo, veio me mostrar o jornal. Leio na página C6 da Folha:

“SUS e INSS gastam R$ 37 milhões por ano com fumo passivo _ Infarto e angina, doenças ligadas ao fumo involuntário, custam 12,2 mi ao SUS”.

Bem, agora, que já não me sinto mais responsável por estas doenças passivas nem pelas despesas que elas geram, gostaria de fazer apenas uma pergunta.

Este dinheiro não seria melhor aplicado se, em vez de combater as consequências, o sistema público de saúde o usasse para fazer uma campanha divulgando os tratamentos que o SUS já oferece gratuitamente para quem quer parar de fumar?


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