Aconteceu ontem à noite

Como não poderia deixar de ser, a festa de abertura do Paulínia Festival de Cinema, na noite de quinta-feira (15), que deveria começar às 20h, com a exibição do filme O Beijo da Mulher Aranha, de Hector Babenco, atrasou duas horas e só começou, de fato, às 22h. Mas o público permaneceu quase todo na sala do Teatro da cidade, onde acontece o festival. E não poderia ser diferente, pois era oportunidade única de assistir à cópia restaurada do filme de maior sucesso do cineasta. Antes da exibição, a festa de abertura teve como mestres de cerimônia uma dupla muita afiada: Fernanda Torres e Lázaro Ramos, que estavam bem a vontade e conseguiram entreter todos os presentes, com piadas alusivas aos filmes que serão exibidos durante o festival e com tiradas que faziam entre si. “Lázaro, se houver alguma problema técnico na hora que chamarmos os vídeos, vamos sapatear”, brincou Fernanda Torres, quando anunciou a entrada do primeiro vídeo sobre os filmes selecionados para a 3ª edição do festival.

Um Babenco divertido?
O cineasta Hector Babenco é o homenageado deste ano do Festival de Paulínia, que vai exibir também Coração Iluminado, filme de 1998 que tem passagens da vida do diretor. Além disso, será exibido na Mostra Especial o documentário Pixote in Memoriam, de Felipe Briso e Gilberto Topczewski, que revisita o filme mais cultuado de Babenco, Pixote, a Lei do Mais Fraco, de 1981. Quando foi chamado ao palco por Fernanda e Lázaro, um risonho Babenco disse que estava bastante emocionado com o vídeo sobre ele, pois há muito tempo não assistia aquelas cenas. Imagens eternas de filmes como Lúcio Flávio, Passageiro da Agonia (1977), Pixote, A Lei do Mais Fraco (1981), Ironweed (1987), um dos melhores filmes do diretor, injustamente ignorado na época do seu lançamento, nos Estados Unidos. Para quem não se lembra, o longa foi baseado no livro homônimo do escritor William Kennedy, que, por sinal, será o convidado de honra da Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP), entre os dias 4 e 8 de agosto.

Depois do momento de emoção, Babenco disse que não saberia fazer outra coisa que não fosse cinema e que entrou nesse ramo sem ter a menor noção de como era. “Lembro que quando fui dirigir meu primeiro filme, um documentário, o diretor de fotografia me perguntou que lente eu preferia naquela cena. Eu olhei para ele espantado e perguntei ‘Há mais de uma lente?´ (risos). Se não fosse cineasta, eu não saberia o que iria fazer para sobreviver, pois não sei fazer nada, além de costurar uma roupa, pregar um botão, que aprendi com meu pai, alfaiate. Para vocês terem uma ideia, houve época que tive três despertadores, porque quando acabava a pilha de um, eu não sabia trocar e comprava outro”, contou, levando a plateia ao riso.
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Filmes de hoje
Nesta sexta-feira (16), começa de fato o festival e o primeiro filme será Pixote in Memmorian, às 16h. Além dele, será exibido o curta regional (filmes de diretores da região e realizados com aporte do Polo de Cinema de Paulínia) Só Não Tem Quem Não Quer, às 18h, de Hidalgo Romero. Mas, as atenções do festival estão reservadas para mais tarde, com os filmes Leite e Ferro, documentário de Claudia Priscila, que será exibido às 18h30, e o curta Tempestade, de César Cabral. Para encerrar o primeiro dia do festival, As Doze Estrelas, de Luiz Alberto Pereira. No sábado, comentamos sobre as películas para vocês.

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