O senador Aécio Neves (PSDB-MG) foi um dos protagonistas de uma cena constrangedora na noite de ontem (7). Durante a abertura da 27ª edição do Fórum da Liberdade, em Porto Alegre, um estudante foi retirado por seguranças do evento após fazer uma pergunta sobre o caso do “Helicóptero do pó” ao pré-candidato tucano à Presidência.
Aécio foi convidado a falar sobre “competitividade” no evento promovido pelo Instituto de Estudos Empresariais (IEE). Na palestra, chamou o governo da presidenta Dilma Rousseff de “paquidérmico” e propôs o fim do Mercosul, por classificar o bloco econômico como “coisa anacrônica” que “não está servindo a nenhum interesse dos brasileiros”.
O senador encerrava sua participação quando Marcelo Ximenes, estudante de ciências sociais da PUCRS, levantou a questão sobre o episódio ocorrido em novembro passado, quando quase 500 quilos de cocaína foram apreendidos em um helicóptero em nome da empresa de propriedade do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG), filho do senador Zezé Perrella (PDT-MG), considerado aliado de Aécio.
Aécio deixou o palco sem responder. Em seguida o estudante, foi retirado por dois seguranças. “Quase me agrediram, foi isso o que aconteceu”, disse o estudante ao portal G1.
Helicóptero do pó
Sobre o caso, os suspeitos por transporte de cocaína em helicóptero de Perrella foram soltos. Eles tiveram o pedido de soltura aprovado pela Justiça Federal do Espírito Santo, na tarde de segunda-feira (7).
O piloto do helicóptero Rogério Almeida Júnior, o copiloto Alexandre José de Oliveira Júnior e os dois homens que teriam auxiliado no descarregamento da carga, Robson Ferreira Dias e Everaldo Lopes de Souza, vão responder ao processo em liberdade.
Em sua decisão, o magistrado Marcus Vínícius Figueiredo, da 1ª Vara Criminal Federal de Vitória, afirma que os réus estão presos há mais de quatro meses, e considera “haver excesso de prazo para formação da culpa”.
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