Meus caros, estou impressionado com a reação do dramaturgo Aguinaldo Silva ao afastamento de Fábio Assunção das gravações da nova novela das oito, Insensato Coração. Pelo Twitter, ele chamou Assunção de drogado, e tratou-o como irresponsável, alegando: “Num caso como este de Fábio Assunção, a gente é solidário, mas também não pode passar a mão na cabeça: o errado é ele, e não nós” , “Eu, por exemplo, não gasto um milímetro de minha paciência com drogados”. E ele se diz solidário! Todos sabemos do drama que o ator enfrentou em 2008, quando foi obrigado a deixar as gravações de uma novela que estava no ar para se tratar do vício de cocaína. Nada foi abafado, todo o Brasil ficou sabendo do que se passava. Em casos como esses, a opinião pública pode ser inclemente, e a emissora muito mais, não adiantariam as manifestações solidárias de muitos outros atores, que foram eloquentes. Agora, Assunção deixou as gravações ainda no início, cerca de uma semana de gravações. A versão oficial é de que ele mesmo pediu para ser afastado, reconhecendo que não tem, ainda, condições de assumir a carga horária que o trabalho requer. Assim que correu a notícia, o mundo inteiro começou a gritar que ele estaria enfrentando uma recaída, mas isso ainda era fofoca de bastidores, e suposições de todos, pois os viciados sempre carregam esse peso nas costas, o mundo fica esperando o momento em que vão fraquejar novamente, parecem até desejar isso.
Se havia qualquer dúvida sobre as razões do afastamento, Aguinaldo Silva acabou com elas, fulminando o ator em seu Twitter. Ele foi cruel, e eu não entendo a razão de ele afirmar, também, que “Errado é ele, e não nós”. Nós quem? Não vi nenhuma declaração de Gilberto Braga ou Ricardo Linhares, autores da nova novela, tampouco de outros dirigentes da emissora. Eu acredito que tenha, de fato, havido uma recaída, isso acontece com quem enfrenta um vício tão cruel. Sempre me lembro do exemplo maravilhoso de Robert Downey Jr., a quem chamo de minha fênix favorita. Ele foi dado como morto e enterrado várias vezes, tantas as recaídas, mas está aí, arrasando como ator, limpo de qualquer droga há anos.
Fábio Assunção tem as mesmas chances, acredito que, se realmente teve a recaída, dará mais uma vez a volta por cima, apesar da crueldade de quem parece desejar sua desgraça. A milenar sabedoria da cabala judaica reconhece em um dos 72 nomes de Deus exatamente a força para vencer vícios – vejam como eles são um fenômeno humano, e ancestral. Sempre contei a todos aqui meu histórico com o álcool, há anos superado, e estou torcendo por Fábio Assunção. Abraços do Cavalcanti.
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