Aos 30 anos de carreira, Ná Ozzetti, além de enternecer, consegue ainda surpreender com seu disco Meu Quintal, o primeiro em que reúne suas composições. Voz-guia do Grupo Rumo e dona de uma sólida carreira individual, na qual se revelou uma intérprete segura e uma reintérprete inventiva, a paulistana da Pompeia (ôrra meu) Maria Cristina dedicou três de seus oito discos anteriores a colegas. Love Lee Rita (1996), um trocadilho com a música dos Beatles em Sgt. Pepper’s, traz as músicas da ruiva que Ná criancinha via passar em seu bairro a bordo de um buggy cheio de estrelas, acompanhada por dois cabeludos. Show (2001) com clássicos do tipo Último Desejo, Na Batucada da Vida, Meu Mundo Caiu, Chuvas de Verão, prima pelos arranjos e, finalmente, Balangandãs (2009) traz pérolas do repertório de Carmen Miranda.
Para os shows do disco em homenagem à Pequena Notável, Ná reuniu uma banda dos sonhos. Sérgio Reze na bateria, Zé Alexandre Carvalho no baixo, o velho amigo Mário Manga na guitarra, violoncelo e violão tenor (como o músico genial Garoto no Bando da Lua, que acompanhava Carmen) e Dante Ozzetti, violonista, irmão e arranjador de seus discos. O quarteto “fez chover” durante a temporada, como dizem os músicos quando se referem a performances incríveis. E agora “inundaram” na qualidade de parceiros neste disco autoral de Ná.
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O quintal em questão é o sítio em que vivem Ná e seu marido Neco, que recentemente brincou de Diários de Motocicleta, rodando pela América Latina. Lá, eles vivem cercados pela natureza (como todos nós, só que com bem menos barulho e bem mais bicho e mato). Fauna, flora e amigos. E foi entre esses últimos, sempre visitando a cantora, que Ná capturou os parceiros. A banda para os arranjos. Letras e pitacos vão por conta de Luiz Tatit (Meu Quintal, Equilíbrio, Língua Afiada e Entre o Amor e o Mar), Alice Ruiz (Baú de Guardados, Ser Estar e Acordo de Amor, esta com o Neco), Arthur Nestrovski (Tupi), Makely Ka (Onde a Vista Alcança), Carol Ribeiro (Chuva) e Zélia Duncan (Sobrenatural). Para completar uma dúzia, Ná acrescentou A Velha Fiando, de Dante e Luiz.
As músicas foram gravadas quase que diretamente sobre as bases de Dante e Manga. Há apenas alguns overdubs. Por exemplo, oito guitarras de Manga, produtor do disco, em uma faixa. “Mas o que são oito guitarras diante do universo?”, pergunta ele, definindo o disco sem querer. Só ouvindo.
O lançamento foi marcado para os dias 13 e 14 de abril, no SESC Vila Mariana paulistano.
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